Mentira, crime e perversão: é apenas isso o que está por trás de toda ciência econômica que diz que o Brasil não é desenvolvido e socialmente justo porque o Estado é muito grande, gasta demais e o povo não poupa;
De toda historiografia que diz que é porque o Brasil herdou as instituições ibéricas e nasceu do estupro;
De toda sociologia que diz que é porque o Brasil se formou pelo catolicismo e não pelo protestantismo;
De toda ciência política que diz que é porque o Brasil não é parlamentarista e tem um presidencialismo imperial;
De toda antropologia que diz que é porque o Brasil é o país do jeitinho e da malandragem;
De toda demografia que diz que é porque a população do Brasil cresceu rápido demais.
Evidentemente, a esmagadora maioria das pessoas que afirmam essas caraminholas não tem noção dos interesses nefastos que as promoveram, sob medida, para fazer um povo inteiro aquiescer à própria destruição física, cultural e histórica, para deixar a grande maioria à míngua e à espera de alguma migalha caída das unhas das mãos estrangeiras que levam embora nossas riquezas, com a permissão e cumplicidade conscientes das nossas ditas elites políticas, judiciais e econômicas.
Migalha essa que logo depois é cobrada implacavelmente na forma de mais espoliação. E é essa ingenuidade o mais grave, pois, mesmo sendo teses tão absurdas e humilhantes, e mesmo contestadas aqui e acolá, conseguiram se tornar senso comum e ainda fazem a cabeça de muita gente.
Até quando? Décadas, séculos de sangria – apenas em poucos e breves momentos interrompida e em alguma medida revertida, para logo depois voltar com ainda mais força – não foram suficientes?
Por Felipe Quintas
Brasileiro de direita tem de ter vergonha de ser brasileiro porque temos sangue indígena, africano, árabe e ibérico, provando nossa inferioridade em relação aos anglo-germânicos, lindos e perfeitos. Já brasileiro de esquerda tem de ter vergonha de ser brasileiro porque nascemos do estupro, já que, segundo intelectejegues da USP, nunca uma negra ou indígena se entregou voluntariamente a homens europeus, sempre foram estupradas desde 1500. Pouco importa se a maioria dos brancos e branco-mestiços no Brasil não tivessem escravos e fossem pobres e que já em 1840 60% dos negros e pardos fossem pessoas livres. Somos filhos da violência contra passivas negras e índias e temos sangue inferior. O melhor para nós é entregar todas as nossas riquezas para os banqueiros internacionais, como George Soros.