A inflação oficial (IPCA) registrou alta de 4,52% em 2020. Segundo o IBGE, é a maior desde 2016, quando ficou em 6,29%. Em dezembro, o índice acelerou para 1,35%, que é a variação mais intensa desde fevereiro de 2003. É também a maior variação para um mês de dezembro desde 2002.
A alta dos preços colocou o salário mínimo no vermelho. O valor de R$ 1.100 a partir de 1º de janeiro, estabelecido pelo presidente Jair Bolsonaro através de medida provisória, representa um reajuste abaixo da inflação, que no caso do mínimo segue o INPC – este fechou em 5,45%. Para cumprir a legislação e repor as perdas – sem qualquer ganho real – o mínimo terá que ir para R$ 1.102.
A recessão reforça o quadro de crise na economia. Se o PIB de 2020 – soma de todos os produtos e serviços do ano passado – ficar dentro das previsões oficiais, haverá uma queda de 4,5%.
A alta em 2020 colocou a inflação acima do centro meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que era de 4%. Porém, permanece dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo (2,5%) ou para cima (5,5%). Em 2019, a inflação tinha ficado em 4,31%.
Um dos maiores impactos para os consumidores em 2020 foi a elevação de 14,09% nos preços de alimentos e bebidas. O crescimento, que é o maior desde 2002 (19,47%), foi provocado por fatores como a alta do dólar e dos preços das commodities no mercado internacional.
O resultado do ano mostrou que os preços do óleo de soja (alta de 103,79%) e do arroz (76,01%) dispararam. Outros itens importantes na cesta das famílias também subiram expressivamente, entre eles, o leite longa vida (26,93%), frutas (25,40%), carnes (17,97%), batata-inglesa (67,27%) e tomate (52,76%).
Com informações Monitor Digital