Em 2020, 4,2% dos novos carros eram elétricos. Pode estar chegando o ponto da virada, em que automóveis a bateria deixarão de ser um nicho, mas por enquanto a venda depende de fortes incentivos fiscais. Ildo Sauer, que foi diretor de Gás e Energia da Petrobras, assinala que a mobilidade elétrica aumenta a eficiência do uso dos combustíveis em três vezes. “Se, em vez de colocar o combustível no carro, eu converter em eletricidade em centrais de ciclo combinado de alta eficiência, eu aumento a eficiência em 150%”, calcula Sauer, em entrevista à AepetTV.
“Agora, a mobilidade elétrica vai reduzir o uso de petróleo? Não, não vai”, destaca. Como demonstrado na manchete de ontem do Monitor Mercantil, metade do excedente do capitalismo é gerada pelo petróleo. “Em muitos lugares do mundo, o petróleo será a fonte mais eficaz para gerar eletricidade”, afirma o especialista.
“Essa realidade é ignorada pelo discurso oficial: ‘Ah, temos que vender o petróleo todo porque daqui a pouco não vai valer nada’. É mentira”, explica Ildo Sauer.
Interessante é que o “ponto de inflexão” dos elétricos já foi ultrapassado na Noruega, onde os incentivos fiscais tornam esses veículos mais baratos. A participação de mercado de carros movidos a bateria subiu para 54% em 2020 no país nórdico, em comparação com menos de 5% na maioria das nações europeias. A Noruega é grande produtor de petróleo, que possibilitou acumular em seu fundo soberano nada menos que US$ 1,3 trilhão.
Com informações Monitor Digital