
Por Rubem Gonzalez
Como o Brasil vai à bancarrota com Paulo Guedes, a equação é simples, perversa mas extremamente simples. A maioria esmagadora do emprego brasileiro vem do varejo da micro e pequena empresa, essas empresas são as responsáveis pela movimentação de 80% da economia nacional, mais ou menos, os outros 20% ficam extratificados entre uma classe média cada vez mais difusa e empresas de grande porte, multinacionais, e funcionalismo público.
Acontece que esse conjunto nacional de micro e pequenos empresários é composto culturalmente de uma classe de pessoas com o nível de ignorância altíssimo, baixa capacidade intelectual, incapacidade de enxergar o horizonte econômico, incapaz de enxergar os problemas do mundo e por um processo de aculturamento contínuo, se julga pertencer a uma classe que efetivamente não pertence.
O proprietário da pequena e média empresa, na realidade, é um trabalhador diferenciado. Muitas vezes numa situação e em um patamar bem inferior a de um simples empregado do serviço público ou de uma empresa de grande porte, porém ele tem um comportamento atípico para a sua categoria social ou melhor, a categoria que ele acha fazer parte
A maioria esmagadora desse grupo não tem opinião formada sobre economia, não sabe os efeitos deletérios das medidas que estão sendo tomadas. Todos vibram com as medidas econômicas do Paulo Guedes, medidas draconianas que visam beneficiar apenas tubarões da economia, porém, de forma autofágica, essa classe acha que pertence e que está incluída no extrato sócio-econômico superior.
Não repararam ainda que teus clientes são uma massa disforme de pobres, operários de baixa qualificação, pessoas humildes que vendem o suor da testa e os calos das mãos para conseguir sobreviver. Pois, o que eles têm não pode ser considerado vida, é apenas sobrevivência.
Não entra na cabeça desse setor imenso de micro, pequenos e médios empresários, que estão à porta ou às portas de uma tragédia inimaginável e que o responsável por isso tudo é alguém que eles tratam como heróis. Bolsonaro e Paulo Guedes são considerados os heróis vingadores dessas pessoas.
O dono da padaria, o dono da pequena confecção, o dono de qualquer pequeno comércio, qualquer pequena prestação de serviços, não se deu conta, ainda, de quanto menos dinheiro no bolso dessas pessoas que fazem parte de 80% de sua clientela, mais rápido seu negócio irá para o fundo do poço.
Quando vibram no momento em que uma estatal é privatizada, arrocha os salários e demite funcionários com os seus famosos PDVs. Não passa pela cabeça desses incultos brasileiros, que numa tacada só ele acaba de perder um cliente e ganhar um concorrente em potencial.
Pois, segundo o mágico Paulo Guedes, o mago da farsa e seu idiota presidente, que o banca, a solução está no mercado privado, todos seremos empresários no futuro, todos seremos donos do nosso próprio negócio. Se você não está satisfeito, procure o seu caminho.
Esse discurso do Paulo Guedes, promove orgasmos coletivos e quase um quadro de histeria em pobres pequenos e médios empresários. Atoxados em dívidas e com a clientela cada vez menor.
Custa acreditar que o Brasil conseguiu formar um grupo tão heterogêneo de idiotas, pensando da mesma forma e ajudando o Brasil a se tornar um país miserável, de desvalidos sociais. Uma floresta imensa de empresas pequenas, médias e micro, fechadas. Onde o que mais se enxerga, nas médias e grandes cidades, é o crescimento exponencial das empresas que vendem placas de vende-se aluga-se ou passa-se o ponto.
O nosso acéfalo e idiotizado conjunto de empresários brasileiros, ainda está embevecido com a música que a banda da orquestra toca na proa desse Titanic chamado Brasil. Ainda não se deram conta do que seja um naufrágio, continuam embevecidos pela música que entra pelos seus ouvidos.
Oremos….
Rubem Gonzalez