Por Rafael Queiroz.
O candidato de Rafael Correa – Arauz – perdeu no segundo turno no Equador. Correa é o lídimo anti-liberal e anti-globalista tanto em costumes quanto na economia: peitou os bancos, lutou contra o aborto, auditou a dívida, combateu a dolarização. Já o vencedor – Guillermo Lasso – é um banqueiro liberal que teve os votos dos conservadores.
No Peru os conservadores se dividiram entre o voto na filha de Fujimori – o pai dela foi quem introduziu o neoliberalismo no Peru – e em Rafael López Aliaga – o “Trump” peruano, membro da Opus Dei, hiper-liberal na economia, apesar haver opções muito mais antiliberais e antiglobalistas mais consistentes com uma posição realmente conservadora como Yonhy Lescano (conservador, mas antiliberal na economia) e José Vega (ultranacionalista).
Apesar disso os católicos peruanos – que são 80 por cento da população – votaram ou em Aliaga (um palhaço) ou em Keiko Fujimori (filha do presidente que colocou o país de joelhos aos bancos internacionais), o que levou antiliberais mais à esquerda a se unirem em torno de Pedro Castilho, o “Lula” do Peru, um sindicalista despreparado ligado a Alejandro Toledo, o ex-presidente que liderou uma máfia que saqueou o Peru com ajuda de um empresário e da Odebrecht, além de ser da Movadef, guerrilha comunista e de defender uma república plurinacional (leia-se, indigenismo). Castilho acabou em primeiro lugar no primeiro turno e vai disputar a presidência com Keiko.
Sem o movimento dos conservadores na direção do voto em Keiko, Castilho não chegaria ao 2o. turno e poderíamos ter um autêntico conservador antiliberal e antiglobalista no poder por lá.
Isto prova novamente que o Padre Malachi Martin e que Chesterton tinham razão sobre os conservadores que “são os últimos a entender o que está acontecendo” – dizia o padre.
Já Chesterton, dizia: “Todo o mundo moderno se dividiu em conservadores e progressistas. O negócio dos progressistas é seguir cometendo erros. O dos conservadores é evitar que os erros sejam corrigidos. Mesmo quando o revolucionário possa ele próprio se arrepender de sua revolução, o tradicionalista já está defendo-a como parte da sua tradição. Assim, nós temos dois grandes tipos – a pessoa avançada que nos empurra para a ruína e a pessoa retrospectiva que admira as ruínas.”