Em depoimento à CPI da Covid-19, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, general da ativa, quando questionado sobre a cloroquina e a hidroxicloroquina, compradas em grandes doses pelo ministério, com o objetivo de usar no tratamento da doença, respondeu que a droga é utilizada em protocolos de combate à Covid em dezenas de países, incluindo Cuba, China, Venezuela, Índia, México e outros.
De fato, documento oficial do Ministério de Saúde Pública de Cuba, intitulado Protocolo de Atuação Nacional para a Covid-19, de março de 2021, receita a Cloroquina junto com uma combinação de outras drogas, incluindo antivirais, para tratar doentes sintomáticos, apesar de alertar para os efeitos colaterais, que incluem desde dores de cabeça até paradas cardíacas.
Mesmo sendo um país pequeno, Cuba teve até agora (maio de 2021) 128 mil infectados, mas apenas 834 mortos, segundo dados oficiais. Até agora teve 11.315 casos por milhão de habitante e apenas 74 mortes por milhão. O Brasil, em termos comparativos, teve 73.928 casos por milhão e 2.065 mortes por milhão de habitantes.
Cuba sagrou-se por exportar seu modelo de medicina preventiva por meio de convênios com outros países, sobretudo países pobres, em que o médico acostuma-se a praticar a Medicina em situação de carência de infraestrutura médica. Não por acaso, usou, durante a pandemia, aquilo que vem se chamando no Brasil de “tratamento precoce”.
Ao menos por lá, o uso desse medicamento e dos demais que compõem o “Kit Covid” não se tornou o item de politização da Medicina.