Por Aldo Rebelo.
Publicamos a introdução ao livro “O Quinto Movimento”, de Aldo Rebelo, ex-ministro da Defesa, Ciência e Tecnologia e ex-deputado federal por várias legislaturas. Trata-se de um livro-manifesto em prol da questão nacional.
Este livro é um depoimento sobre a Centralidade da Questão Nacional, como principiei compreendê-la, desde minha formação e na história da formação social brasileira.
É também uma reflexão sobre o Quinto Movimento, como denomino as iniciativas necessárias à retomada da construção material e espiritual de nossa Pátria.
Centralidade da Questão Nacional é a ideia de que a Nação é o eixo organizador da vida social na presente etapa da história da civilização; a convicção segundo a qual o Estado Nacional é a organização apta a proteger os valores da dignidade da pessoa humana e a crença na certeza de que viver em um país livre de qualquer submissão a outro país é o mais sagrado dos direitos do homem depois do direito à vida.
O nacionalismo tem governado o mundo nos últimos dois séculos nas suas duas vertentes: o nacionalismo tirânico e opressor das nações imperiais, em confronto com o outro, o nacionalismo libertário, defensivo e democrático das nações emergentes em luta por sua emancipação.
Centralidade da Questão Nacional é a volta do desenvolvimento econômico, científico, tecnológico, social, combinados com a projeção de poder diplomático e militar em harmonia com nossas legítimas aspirações nacionais.
Tal objetivo exige coesão nacional e social incompatíveis
com a desorientação de grupos de “direita” e de “esquerda”, que convertem o Brasil em arena de disputa de teses importadas sobre comportamento, costumes e doutrinas geopolíticas alheias aos problemas brasileiros.
A “direita” cosmopolita obcecada pelo “choque de civilizações” sacrifica o interesse nacional no altar da aliança ideológica com os Estados Unidos em defesa de uma civilização ocidental da qual nem nos consideram integrantes, pois seríamos apenas latinos excluídos do universo civilizatório do Ocidente.
Há ainda as correntes conservadoras que julgam ser o mercado e não a Nação o ente escolhido para remover os obstáculos no caminho da prosperidade e da felicidade, e não se dão conta de que os êxitos alcançados pelas nações prósperas combinaram sempre a cooperação entre Estado e mercado.
O identitarismo de “esquerda” é outra forma de submissão à agenda importada dos Estados Unidos ao ceder o interesse nacional aos antagonismos de raça e gênero. O objetivo final deste identitarismo é a desconstrução da mestiçagem como expressão étnica do Brasil, que adotaria o modelo norte-americano de sociedade bicolor de pretos e brancos.
O problema é que a mestiçagem no Brasil é muito mais que a promessa da raça cósmica na feliz expressão do filósofo mexicano José Vasconcelos. A mestiçagem é a manifestação plena de nossa identidade nacional, modelou a imagem que fazemos de nós perante o mundo. Ao atacar a mestiçagem o
identitarismo mira o que há de mais profundo e permanente na identidade nacional brasileira e nos conduz a uma capitulação retardatária, ideológica e cultural à doutrina racista que separou negros e brancos nos Estados Unidos.
Por esta razão, a Centralidade da Questão Nacional e o Quinto Movimento se confrontam com o cosmopolitismo de “direita” e de “esquerda” e a ele contrapõem a união das forças heterogêneas, sociais, empresariais, intelectuais, políticas e culturais, da cidade e do campo, como alternativa para a retomada da construção do Brasil e do seu futuro.
Sítio Amazonas, Viçosa, Alagoas, fevereiro de 2021.
Com a genialidade de sempre Aldo Rebelo lança mais uma obra que é a base para uma construção de país.
Uma dúvida… Onde encontro o livro para comprar-lo?
O lançamento do livro será em breve.