O deputado estadual Anderson Moraes protocolou na Alerj um pedido de extinção da UERJ, mostrando com clareza na enrascada que estamos nos enfiando e que será difícil de conter a médio prazo.
Essa é mais uma manobra infeliz, que mostra no que se transformou a direita brasileira, a única coisa que eles sabem fazer, a única defesa que eles conseguem apresentar para a solução de problemas é sempre a mesma, doação, entrega e destruição do patrimônio público.
Sou um ferrenho crítico da universidade pública brasileira e no que ela se transformou, um gueto estranho aonde uma pseudo elite intelectual se aboletou no poder dessas instituições, criando assim praticamente um poder paralelo ao estado.
Eu não sou a favor da destruição da universidade pública nacional, mas, sim, que o processo seja totalmente reformado. O mundo mudou, o planeta mudou e conceitos históricos e arcaicos de administração já não cabem mais nos dias de hoje, a manutenção de privilégios de um pequeno grupo identitário deve ser varrido desses locais.
Porém nunca isso deve ser argumento para o Estado abandonar as suas atribuições, pois o Estado brasileiro não é uma empresa. Um Estado transforma déficit financeiros em sucesso e sociais, os acionistas do Estado são seus cidadãos e não conglomerados e trustes financeiros de outros países.
Agora além da New left identitária e insuportável temos como contraponto uma New right vendida, de calças arriadas e pronta para servir a especuladores e larápios previamente escolhidos, e, não raro, amigos íntimos dos autores dessas barbaridades.
Como já falei, as universidades públicas brasileiras viraram efetivamente bunkers identitários, e nem adianta apaixonados e beneficiários desses processos vir de mimimi argumentando os resultados dessas instituições, afinal esses resultados são o mínimo que se espera do investimento ali depositado, são a obrigação da instituição.
Hoje às universidades públicas brasileiras são, via de regra, dirigidas de forma totalmente amadora e, ao contrário do que deveria se esperar de instituições de excelência de ensino, são dominadas por grupos políticos que reproduzem em seus corredores e nos seus intestinos a velha e surrada dicotomia entre esquerda e direita.
Isso num país aonde ninguém é de esquerda ou de direita. Direita e esquerda são grupos defendendo interesses sórdidos e que, no fundo, trabalham para o mesmo patrão. O método é diferente, mas, para o povo em geral, o resultado é o mesmo. Hoje esquerda e direita aqui são as duas faces da mesma moeda.
Que Deus tenha piedade dessa nação…