Governo de Cuba decidiu banir o uso de dólares nas suas transações internacionais. Pressionada pelo embargo econômico, imposto a décadas pelos Estados Unidos, a pequena ilha encontra grande dificuldades em utilizar esses dólares no comércio exterior.
Cuba toma essa medida em um contexto em que as moedas digitais passam a ganhar em espaço, já que o regime de Sayd Bukele em El Salvador tornou o país o primeiro no mundo a aceitar moedas digitais como instrumento de pagamentos oficiais. El Salvador, como os demais países centro-americanos são extremamente dependentes do dólar, tendo em vista a dependência econômica com o grande país do Norte.
Em um cenário mais amplo mundialmente, a Rússia também decidiu por abandonar as reservas em dólar e já vem praticando um comércio rublos e yuans com a China. Esse tema da desdolarização da economia russa deve ter sido discutido na reunião de cúpula EUA e Rússia, ocorrida neste dia 16 de junho, em Genebra, Suíça.
Desde o final da II Guerra, o dólar tornou-se moeda internacional de reserva, usado por todos os países para fazer transações de importação e exportação, além de compor as reservas de moeda estrangeira de todos, ou quase todos, os bancos centrais. Este privilégio dos Estados Unidos lhe permitiu – e ainda permite – que esta potência incorra em imensos déficits sem efeito inflacionário, ou quando muito exportando a inflação para o resto do mundo.
Fatores geopolíticos, como o fortalecimento da Rússia e o crescimento da economia asiática, ao que se soma o advento das moedas digitais em suas mais diversas formas, seja o Bitcoin ou similares, ou as moedas digitais lançadas por bancos centrais – incluindo o Brasil – podem vir a abalar o poder de reserva do dólar, com consequências muito negativas para a economia estadunidense.