Segundo o governo, Brasil enfrenta a pior falta de chuvas dos últimos 91 anos
O valor da tarifa da bandeira vermelha 2 será reajustado em 52%, passando de R$ 6,243 para R$ 9,49 pelo consumo de 100 kW/hora, segundo acaba de anunciar a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para justificar a alta, que tornou a tarifa mais cara da bandeira vermelha em vigor, é o aumento do custo de geração de energia no país, provocado pela crise hídrica.
Segundo o governo, o Brasil enfrenta a pior falta de chuvas dos últimos 91 anos, responsável pelo maior acionamento de termelétricas (que geram mais custos do que as hidrelétricas).
“Isso dá sinal de preço condizente com a escassez hídrica em que se vive”, disse André Pepitone, presidente da Aneel, durante a reunião do colegiado. “Podemos usar analogia com o que pode acontecer com qualquer produto que depende do clima. Quando acontece um problema no clima, o valor de um alimento aumenta no Ceasa (o mesmo acontece com energia)”, ressaltou
Segundo a CNN, a diretoria da Aneel também aprovou uma nova consulta pública para definir se haverá um reajuste adicional, dado o cenário excepcional da crise hídrica. Isso porque poderá haver um déficit ainda maior na conta bandeira nesse momento mais seco. Até o momento, o déficit está em R$ 1,5 bilhão.
“No pior dos cenários, pode haver uma elevação para R$ 5 bilhões”, disse Pepitone.
Para o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, “com o novo reajuste, a bandeira vermelha 2, que é a mais cara do sistema criado em 2015, poderia superar o aumento de 21% proposto em consulta pública, em março. Hoje, a bandeira vermelha 2 tem custo adicional de R$ 6,243 e iria a R$ 7,571.”
Étore lembra que “as bandeiras tarifárias terão seu reajuste anual decididos hoje. Esperamos que haja um avanço de cerca de 20%, já incorporado nos nossos 5,7%. Entretanto os jornais falavam em um reajuste de 60% a 70%. Destacamos que a elevação do degrau, uma vez que estamos no mais alto deles, gera um downside risk gigantesco para inflação com a normalização da energia. A decisão não tem horário definido para divulgação.”
Com informações Monitor Mercantil