A empreiteira espanhola Acciona é a responsável pela cratera que se abriu em São Paulo nesta terça-feira (1º/2) durante as obras da linha 6-Laranja do metrô. Uma das hipóteses iniciais é que a máquina conhecida como “tatuzão”, que realiza as escavações, teria acertado o leito do rio Tietê, causando o alagamento do local e o desmoronamento de terra.
A Acciona é um grande conglomerado ligado ao mercado financeiro que reúne mais de 100 empresas. Sua sede fica em Madri, na Espanha. No Brasil, onde se instalou há mais de 25 anos, a empresa atua em diversos setores de infraestrutura como portos, rodovias e geração de energia.
A empreiteira espanhola assumiu as obras da linha 6-Laranja do metrô de São Paulo (que deveria estar concluída em 2012, diga-se) depois que um consórcio formado por Odebrecht, Mitsui, UTC, Queiroz Galvão precisou abandonar o projeto em 2016. O motivo? A falta de recursos financeiros e a impossibilidade de acesso a linhas de crédito, já que o consórcio foi alvo da Lava-Jato, aquela “operação anticorrupção” responsável por dizimar boa parte do setor de engenharia nacional.
No vácuo deixado no setor de construção civil desde então, diversas empresas estrangeiras se beneficiaram com contratos de obras públicas, entre elas, a Acciona. Como se vê, porém, nem sempre a prestação de serviços tem sido de boa qualidade – às vezes, o que vemos é justamente o contrário, como danos à nossa infraestrutura, atrasos na entrega de serviços essenciais e ameaças à vida de brasileiros (graças a Deus, ninguém morreu nesse episódio da cratera).
Com a palavra, o pré-candidato a Presidência e pai da Lava-Jato, Sérgio Moro.