
Por Daniel Bispo.
Até o Vargas a situação das ferrovias no Brasil era caótica. As ferrovias eram construídas por entes privados e cada um fazia sua ferrovia como achasse melhor. Isso criou problema: o trem que corria em um trilho não corria em outro, com ferrovias sem bitola padronizada.
Vargas começou um processo de arrumar a bagunça tomando medidas como a estatização de parte da malha ferroviária e investido em tecnologia, frente à estrutura obsoleta que existia, como na inauguração da primeira ferrovia eletrificada do Brasil, a Sorocabana, em 1944.
O Brasil então seguiu fazendo a partir do Estado Novo da forma certa: ferrovias com sentido, construídas para um projeto de país a longo prazo e não motivadas por interesses imediatistas e privados, como era antes. O outro grande marco na história das ferrovias é o Juscelino Kubitchek.
Criou-se um mito de que durante o governo JK o Brasil ignorou as ferrovias a favor das rodovias. Isso é uma mentira, em primeiro, difundida pelas pessoas de pouca leitura e, em segundo, pelos canalhas herdeiros da UDN, liberais que estavam em oposição a JK. Pois é no governo JK que o Brasil atinge seu ápice ferroviário, com 38 mil km de ferrovias construídas. Não ferrovias sem sentido, como era na Nova República, mas ferrovias mais interligadas e com melhor tecnologia. JK é o presidente que mais constrói ferrovias na história do país.
Durante seu mandato foram construídos 1.200 km de ferrovias estatais, todas obedecendo a um padrão centralizado e com tecnologia imbricada. Além disso, é no governo JK que todos os seus esforços e dos governos desde Getúlio são sistematizados para um projeto de nação.
JK em 1957 cria a RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.), uma estatal ao estilo da Amtrack, que até hoje controla o sistema ferroviário nos EUA. A RFFSA chegou a ter 73% da malha ferroviária brasileira, atendendo a 19 estados. Também chegou a ser a maior empresa pública brasileira com 148 mil trabalhadores.
O desmonte das ferrovias começa no governo imediato após Jânio Quadros, onde se começa o declínio da malha ferroviária brasileiro. Inclusive o maior declínio das ferrovias no Brasil foi no governo liberal do Castelo Branco, primeiro presidente do Regime Militar.
Na década de 1970, o governo Brasileiro volta para a ala nacionalista, que volta a investir em ferrovias e modernizar a RFFSA. Embora a malha ferroviária não tenha aumentado na época, houve melhoria na qualidade de organização e tecnologia da empresa, que recebeu um gás do governo.
Com a privatização da RFFSA, junto da FEPASA pelo FHC em 1999, da noite pro dia os 30 mil km de ferrovias da empresa foram fatiados entre vários agentes privados, sem comunicação estratégica entre si, e 70 mil ferroviários e suas famílias foram postos na rua, abandonados à própria sorte.
Então não, JK NÃO foi um vilão, senão um herói. Não eram ferrovias contra rodovias, eram ferrovias E rodovias cortando o país de Norte a Sul. É óbvio que as rodovias foram feitas em maior escala, pois a situação das ferrovias era tão caótica que primeiro isso devia ser resolvido.
JK foi tão bom presidente que seus críticos se restringem a inventar mentiras sobre seu governo pra ver se acham algo para o descredibilize. Sorte que a verdade uma hora aparece!
Referências
Interessante no sabia sobre isso a nossa história e muito foi reescrita por indentitarios de direita e d esquerda
Os militares brasileiros tinham uma certa “imbecilidade”. Eles não gostavam de ferrovias pois achavam que “era coisa de comunista”.
Realmente todos os países na URSS tinha uma excelente malha ferroviária.
A Globo Golpista sempre demonizou as ferrovias. Quando o FHC “vendeu tudo como sucata” eles até comemoraram.
Ora porra!
Então a imprensa portuguesa é que é a imprensa portuguesa?
Então é esta merda que temos que beber com os olhos?
Filhos da puta! Não, que nem há puta que os parisse.
PESSOA, Fernando. Álvaro de Campos — Livro de Versos. Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes. Lisboa: Estampa, 1993, p. 22.