A empresa multinacional russa estatal de energia Gazprom investirá o equivalente dezenas de bilhões de dólares nos campos de petróleo e gás do Irã, como parte de um acordo assinado com a National Iranian Oil Company (NIOC).
O acordo de investimento de 40 bilhões de dólares, em compensação de rublos e riais iranianos, é o maior da história da indústria petrolífera do país.
O Memorando de Entendimento (MoU) foi assinado durante uma reunião on-line pelos CEOs de ambas as empresas, antes da chegada do presidente russo Vladimir Putin a Teerã em 19 de julho.
Ao lado do presidente iraniano Ebrahim Raisi e do presidente turco Recep Tayyip Erdogan, Putin está pronto para participar de uma reunião do processo de paz de Astana para ajudar a encontrar uma solução política para a guerra na Síria.
O CEO da NIOC, Roknoddin Javadi, revelou que, como parte do MoU, os campos de gás natural liquefeito (GNL) Kish e North Pars do Irã serão desenvolvidos, adicionando mais de 100 milhões de metros cúbicos por dia à produção de gás do país, de acordo com a mídia iraniana.
Seis campos de petróleo também serão desenvolvidos pela Gazprom, e a empresa estará envolvida na construção de vários oleodutos de exportação de GNL.
O Irã e a Rússia possuem 70 trilhões de metros cúbicos de reservas de GNL, representando 30% do fornecimento mundial.
Javadi prosseguiu dizendo que, até o final desta década, o Irã está procurando aumentar sua capacidade de produção de petróleo para 5,7 milhões de barris por dia (bpd) e sua capacidade de produção de GNL para 1,5 bilhões de metros cúbicos por dia.
“O mundo precisa do petróleo do Irã, e a parcela das exportações de petróleo do Irã não pode ser retirada do mercado global … (O Memorando de Entendimento) mostra que o Irã é um país confiável e estável para fornecer energia ao mundo”, acrescentou o chefe do NIOC.
O acordo de investimento é o último passo dado por Moscou e Teerã no reforço da cooperação para superar as sanções ocidentais unilaterais. Ele chega poucos dias após a visita do Presidente Biden à Arábia Saudita, na qual este não conseguiu assegurar um aumento na produção de petróleo de seus aliados do Conselho de Cooperação do Golfo a fim de suavizar o agravamento da crise energética do Ocidente.