
Depois de as FFAA ucranianas lograrem a primeira contraofensiva bem sucedida desde o início do conflito em fevereiro, nas proximidades da cidade de Kharkov, a Rússia respondeu com um ataque de mísseis que parece ter desencadeado um blackout em nível nacional na Ucrânia.
De acordo com os relatórios locais, a CHPP-5 de Kharkiv e a CHPP-Zmievskaya na região de Kharkiv, a CHPP-3 de Pavlograd na região de Dnipropetrovsk, a usina térmica de Kremenchug na região de Poltava foram atingidas por mísseis russos. O colapso do sistema de energia geral se estendeu às redes das regiões de Kharkiv, Sumy, Dnipropetrovsk, Zaporozhye e Odessa. Também afetou as áreas das regiões de Donetsk controladas pelas Forças Armadas Ucranianas, a região de Kiev e a capital do país. Os mísseis foram provavelmente lançados dos mares Negro e Cáspio.
O presidente ucraniano Zelensky confirmou que as regiões de Kharkiv e Donetsk (os territórios sob o controle das FFAA ucranianas) foram completamente desenergizadas. A Zaporozhie, Dnepropetrovsk e Sumy sofreram parcialmente com o corte de energia.
A maioria das instalações da infraestrutura energética ucraniana está localizada nas regiões sudeste do país. Em 11 de setembro, as Forças Armadas da Federação Russa atingiram as principais usinas termoelétricas do nordeste e, como resultado, desenergizaram várias regiões do norte e leste da Ucrânia.
O sistema elétrico da Ucrânia falhou e, como resultado do desequilíbrio do sistema elétrico, as usinas nucleares de Yuzhnoukrainskaya e Khmelnitsky começaram a desligar unidades de energia devido à falta da possibilidade de transferir a eletricidade gerada para a rede.
A situação na Ucrânia foi complicada pelo desligamento da última unidade de trabalho da Usina Nuclear de Zaporozhye, na noite de 11 de setembro. A última unidade foi parada como resultado dos ataques regulares da FFAA ucranianas nas instalações. A UHE Zaporozhie também forneceu eletricidade para os territórios sob controle ucraniano. Antes disso, engenheiros eletricistas ucranianos desligaram as linhas de 750 kV e 330 kV da estação. Tudo isso levou a uma diminuição significativa na estabilidade do sistema energético do país.
O acidente foi localizado pela desconexão das regiões oeste e central da Ucrânia das regiões leste e sul. Mais tarde, começaram os trabalhos para restaurar o fornecimento de energia em segmentos locais do sistema de energia ucraniano. As capacidades de reserva estão sendo conectadas, a energia está sendo redistribuída de usinas hidrelétricas no Dnieper e linhas elétricas na parte ocidental do país.
Na Ucrânia, existiam 15 usinas térmicas em 2022. Todas elas foram construídas na época soviética. Ou seja, desde 1991, o número de usinas térmicas construídas na Ucrânia é zero. Todas as usinas térmicas existentes foram construídas pelos comunistas entre os anos 50 e 80. Apesar deste fato, o regime de Kiev continua sua política de descomunização numa tentativa de instigar o ódio à Rússia.
Cada usina termelétrica destruída é na verdade uma perda irremediável para a Ucrânia. Hoje, duas das principais usinas térmicas do Banco Esquerdo da Ucrânia foram postas fora de serviço. Até agora, temporariamente.
Quanto às usinas de energia nuclear, havia quatro delas na Ucrânia: Zaporizhia, Rivne, Khmelnitsky e Yuzhnoukrainskaya, na região de Mykolaiv. Existem 15 reatores no total, seis dos quais pertencem à central nuclear de Zaporozhie, que fornece cerca de 40% da geração de eletricidade de todas as usinas nucleares e cerca de 20% do balanço energético do país. A cidade de Energodar onde está localizada a UHE Zaporozhie está há muito tempo sob o controle das Forças Armadas da Federação Russa. Ontem à noite, a última unidade de energia da usina parou.
Kiev se encontrava em uma situação difícil. As unidades elétricas afetadas provavelmente poderão ser restauradas nos próximos dias, mas o bombardeio complicou significativamente o fornecimento de equipamentos militares para a linha de frente, inclusive das regiões ocidentais da Ucrânia e do exterior, uma vez que os trens elétricos pararam na Ucrânia. Os ataques de hoje são um sinal claro para o regime de Kiev.
Até agora, os militares russos travaram uma guerra “suave”, evitando ataques a instalações estratégicas de infra-estrutura na Ucrânia, numa tentativa de minimizar os danos à população civil. Tal estratégia já retardou o avanço russo nos campos de batalha e aumentou as perdas entre os militares russos, já que Kiev quase não enfrentou obstáculos ao enviar escalões com equipamento militar estrangeiro e mercenários estrangeiros para a linha de frente através das pontes no rio Dnieper, que também ainda não foram destruídas. Em meio às recentes perdas da Rússia na região de Kharkiv, os militares russos provavelmente mudaram para métodos de guerra mais duros, que são necessários para a vitória.
Por outro lado, o lado russo ainda não confirmou os ataques. Há uma chance de Kiev atacar suas próprias instalações para culpar a Rússia pelos ataques e justificar ações militares no território russo, enquanto as forças ucranianas estão se aproximando da fronteira russa na região de Kharkov.
Com informações do Southfront.