Por Lorenzo Carrasco.
Na COP-27, o presidente eleito Lula recebeu tratamento de superstar e discursou como um autêntico “influencer climático global”. Mas a realidade pode criar problemas, a começar pela sua reclamação sobre a falta de “governança global” que imponha decisões aos Estado nacionais.
Nenhum país avançado abre ou abrirá mão de sua soberania em favor de uma hipotética entidade ambiental supranacional. Antes do atual governo, o Brasil hipotecou parte de sua soberania sobre a Amazônia às ONGs ambientalistas/indigenistas e às potências que as financiavam.
Aliás, talvez Lula não saiba que os países da África, aos quais prometeu apoio e transferência de tecnologia, também estão se rebelando contra a agenda da “descarbonização” e querem explorar os seus recursos energéticos, fósseis ou não, reclamando soberania.
Ademais, a montanha de dinheiro prometida pelos países ricos para ajudar os pobres na “descarbonização” não passou e não passará de um montinho de areia, como tem sido recorrente nas COPs, cada vez mais irrelevantes, exceto para o turismo de seus privilegiados participantes.
E o “desmatamento zero” prometido por Lula na campanha já virou combate ao “desmatamento ilegal” na reunião com os governadores da Amazônia Legal, o que é razoável. Mas isso irá requerer um amplo empenho na regularização fundiária, anátema para a militância “verde-indígena”.
Foto: Ricardo Stuckert.