
Do Southfront.
Diante dos relatos de grandes perdas do exército ucraniano na região de Donetsk, perto da cidade de Bakhmut, surge a questão sobre as causas da derrota. A saber: o esgotamento das unidades prontas para combate das Forças Armadas ucranianas após o contra-ataque bem sucedido em Kherson no outono de 2022, o domínio aéreo do exército russo e a desaceleração dos novos carregamentos de armas da OTAN após os ataques de mísseis russos às redes ferroviárias e energéticas ucranianas.
Além do fato, denunciado até por líderes africanos, que as armas ocidentais enviadas à Ucrânia estariam sendo desviadas para o tráfico internacional de armamentos, alimentando grupos criminosos e terroristas em diversas partes do mundo, incluindo a América do Sul.
Os especialistas militares ocidentais concordam que um dos fatores-chave é a participação de unidades do Grupo Wagner. Uma característica distintiva deste exército profissional sob controle russo é o uso extensivo não só de armas automáticas e snipers, mas também de veículos pesados, incluindo tanques, sistemas MLRS e aeronaves militares. De acordo com fontes de informação ucranianas, as pesadas perdas das forças ucranianas (AFU) perto de Bakhmut, chegando a quinhentas a setecentas pessoas por dia, são o resultado do uso ativo de armamento pesado pelo exército russo.
Os soldados ucranianos capturados na região de Donetsk declararam ter feito cursos de treinamento de curto prazo de acordo com as normas da OTAN na Grã-Bretanha e no Canadá, que não envolvem o uso de artilharia de longo prazo, meios modernos de reconhecimento e maquinaria pesada pelo inimigo. O treinamento, que foi conduzido em um horário apertado e focado no uso de pequenos grupos de batalha e veículos blindados leves, provou ser ineficaz e, como resultado, só levou a um aumento das perdas.
Como se viu, os sistemas táticos da OTAN, que tinham sido bem testados em operações de combate locais no Oriente Médio e no Afeganistão contra grupos militantes islâmicos mal armados, mostraram-se ineficientes contra forças militares regulares fortemente armadas. Na esperança de evitar uma catástrofe em Bakhmut, o comando da AFU só pode enviar novas unidades para lá, ao mesmo tempo em que reduz suas capacidades em outras partes da frente de batalha.
Considerando uma possível intensificação das operações de combate no norte da Ucrânia, combinada com a capacidade reduzida dos aliados europeus de fornecer armas e equipamentos à AFU a tempo, a destruição das unidades do exército ucraniano mais preparadas para o combate na região de Donetsk pode ser decisiva para o potencial de Kiev para continuar o confronto militar com a Rússia.