
Da RFI.
Israel teme que seu pior inimigo, a República Islâmica do Irã, possa adquirir armas nucleares. O Estado hebreu deseja formar uma coalizão militar, notadamente com as potências ocidentais, a fim de atacar o regime dos mullahs.
No papel, tudo está pronto. Israel estudou em grande detalhe sua estratégia para atacar o Irã. Cerca de 3.000 alvos foram identificados, e Israel quer entrar rapidamente em ação. “Mas não se trata de ir sozinho à batalha”, confidenciou uma fonte diplomática.
A ideia para Israel, explica a mesma fonte, é encontrar aliados. A coalizão militar incluiria a França, os Estados Unidos e, idealmente, alguns países árabes: algumas monarquias do Golfo, para as quais a República Islâmica também constitui uma ameaça. A união tem força em números; esta aliança funcionaria como um elemento dissuasor. Israel atacaria o Irã, mas Teerã não retaliaria, porque isso seria declarar guerra a vários países ao mesmo tempo.
Até então, Paris e Washington haviam rejeitado categoricamente esta opção, preferindo uma solução diplomática com o Irã, revela uma fonte próxima ao caso. Mas a situação evoluiu. Primeiro, o acordo nuclear iraniano parece estar definitivamente comprometido. Então, Israel fez um esforço para se posicionar no campo ocidental, no campo russo-ucraniano. O Estado hebraico diz estar considerando apoio militar a Kiev contra Moscou.
Benyamin Netanyahu está, assim, enviando uma mensagem ao Ocidente: eu o apoio em sua guerra contra a Rússia, apoie-me em minha batalha contra o Irã. Isto é o que ele veio fazer em Paris, em encontro oficial com o presidente Emanuel Macron.
Foto: RFI