
Por Raphael Machado.
Temos visto a confusão se espalhar entre nacionalistas a cada transição de governo no Brasil. E tal como vimos isso na transição bolsonarista estamos vendo o mesmo na transição lulalckmista. Apenas com uma doutrina sólida e autossuficiente podemos superar essa confusão.
A primeira questão que temos que solucionar é se os nacionalistas pretendem tomar o poder ou conquistar uma “boquinha”.
Se os nacionalistas querem o poder, então o alvo principal da arma da crítica nacionalista deve ser sempre quem está no poder a cada dado momento se não for um dos nossos. Isso é um princípio básico de pensar a política como guerra.
A outra opção é a da “boquinha”, que implica que os nacionalistas devem poupar quem está no poder para operar como “linha auxiliar” na esperança de receber, da mesa do Senhor, cargos, recursos, etc. Estratégia válida em contextos em que o governo segue a mesma linha ideológica, mas de forma imperfeita, e nos quais o objetivo é apenas aperfeiçoar o que já é bom.
No Brasil essa opção da “boquinha” foi escolhida por todo o amplo espectro de partidos de esquerda, dos marxistas aos liberal-progressistas, passando pelos liberal-trabalhistas. Para os nacionalistas a opção da “linha auxiliar” é suicida.
A Frente Ampla possui caciques e influenciadores demais e espaço de menos. Ademais, ela é fortemente ideologizada absolutamente dentro dos contornos da ideologia dominante, o liberalismo progressista, que é também a ideologia da superclasse hegemônica em nível mundial.
Para piorar, o antipetismo ainda é o sentimento político mais forte em nosso país e o governo já começou com uma desaprovação estratosférica. Quais seriam os ganhos reais de ser “linha auxiliar” do governo Lulalckmin? Nada de concreto.
Quais seriam as perdas? Todas as possíveis e imagináveis, da credibilidade à atratividade, passando pela autonomia política.
A Frente Ampla, ademais, é perita em atrair e infiltrar partidos e grupos usando apparatchiks “simpáticos” que operam como “pontes” e “insiders” para garantir que “no fundo, no fundo ‘São Lula’ pensa exatamente como nós, mas “ainda é cedo para agir”.
Das questões práticas podemos avançar às ideológicas, onde a Quarta Teoria Política é a filosofia política mais atual e, portanto, a mais apta a analisar a dimensão ideológica. O Brasil tem conhecido, após Geisel, governos que foram liberais em maior ou menor medida.
O critério do melhor/pior, para nós, é o grau de liberalismo. Quanto mais liberal, pior. Por isso, portanto, Figueiredo era melhor que Sarney e Itamar melhor que Collor e Lula 1 melhor que FHC, mas desde Lula 2 temos visto a aceleração do liberalismo brasileiro.
O governo Lula 3 representa, por enquanto, a continuidade econômica das políticas de Paulo Guedes e no âmbito cultural representa a aceleração e aprofundamento do progressismo. Ele é, portanto, objetivamente mais liberal que o governo Bolsonaro.
Ademais, foi um governo construído e planejado pela Sinarquia Globalista, com trono em Washington, para manter o Brasil dentro dos contornos do arranjo liberal-democrático mundial. É um governo querido e posto por Washington e Bruxelas.
Isso tudo tem sido demonstrado por atos: da aprovação da OCDE ao distanciamento dos BRICS, passando pelo engajamento em Davos com as pautas de Klaus Schwab, indo às promessas de participar das cruzadas ideológicas atlantistas de “combate à extrema-direita internacional” (abarcando indistintamente todo antiglobalista), chegando ao acordo de livre-comércio com a UE. Diante de tudo isso, a única resposta é o apelo à fé.
Para os que creem em Lula, o seu “soberanismo” está ontologicamente determinado a priori. Ele é anti-imperialista, “multipolarista”, etc., porque sim. Precisamos confiar, ter fé e esperar. Lula não faz mais porque está “de mãos atadas”, “cercado”… pobrezinho!
Os influenciadores que atuam com as linhas auxiliares e as bases apelam a narrativas de Xadrez 5D (expressão que também remete ao defunto Governo Bolsonaro). É tudo um grande plano de Lula! Espere e confie! Isso traz memórias para quem viveu Lula 1 e 2.
De resto, qual é mesmo a utilidade de um governo mui pragmático “de mãos atadas”?
Por qual razão os petistas nunca atacaram movimentos como a “Critica Radical” que nasceu na UFC (Universidade Federal do Ceará)?
Muito simples, esses movimentos são completamente inofensivos, são praticamente satélites do PT. Eles passam quatro anos “fazendo criticas leves” e depois ainda votam no PT.
A única preocupação dos petistas é com VOTOS. O PT ainda que diga que é de “centro esquerda” já virou um partido de centro. O PT não tem nenhum projeto de país.
O PT depois que fez aquele ataque covarde (usando jornalistas canceladores e lacradores) contra a Nova Resistência deixou muito claro o motivo do ataque, o medo de perder votos.
O PT é uma semente ruim, todos os partidos que saíram do PT são ruins também. O pessoal do PCO virou satélite (linha auxiliar) e estão mais fanáticos do que os militontos petistas. Será que eles acham que vão conseguir “sentar na mesa de negociação” para evitar que o PT faça bobagem? Claro que não. [Nem estou acusando eles de nada, acho que estão iludidos].
Quem acredita que o Identitarismo é anti-imperialista?
O PCB praticamente acabou. O partido tem tão pouca gente que eles demoram 6 (seis) meses para tomar uma posição sobre determinado assunto. [Eles também são morenistas, eles são capazes de qualquer coisa. Muitos recebem dinheiro da CIA (usaid), da Fundação Ford e bolsas de estudo nas grandes universidades imperialistas, mas é por uma boa causa (eles querem combater o imperialismo).
O PSTU é lixo total, pois eles são trotskistas morenistas (Nahuel Moreno). O PSOL também é morenista. [São os abutres, eles acham que se o PT for destruído eles magicamente vão ganhar todos os VOTOS que eram do PT].
O engraçado é que em 2018 o PT perdeu votos e os abutres (PSOL, PSTU, PCB) também perderam votos.
O PDT que seria a “alternativa natural” ao PT já deixou claro que é um partido que só tem bunda mole. Bastou os jornalistas canceladores e lacradores começarem com o mimimi e “deu no que deu”. Como é que esse pessoal vai enfrentar o imperialismo?
Realmente espero que a Nova Resistência não caia no Erro dos Trotskistas Picaretas que acham que para agir com autonomia é preciso comprar briga com tudo e todos….
“Um trotskista sozinho funda um partido, dois trotskistas criam uma organização internacional e três trotskistas provocam um cisma”.