
Do Terceiro Front.
Apenas algumas semanas depois que Burkina Faso propôs uma federação com o Mali, os ministros das Relações Exteriores desses dois países mais o da Guiné assinaram um novo documento incrível delineando a formação do “eixo Bamako-Conacri-Uagadugu”.
A declaração conjunta dos três países pede uma aliança formalizada e institucionalizada em todas as áreas. Diplomaticamente, todos os três países rejeitaram fazer parte da esfera francesa na África (“Françafrique“) e buscaram apoio um do outro e da Rússia nos últimos anos. Militarmente, os três países prometem coordenar esforços para combater insurgências comuns no Sahel e no Saara.
Economicamente, a declaração promete integrar a infraestrutura elétrica entre os três sócios, integrar suas indústrias de mineração, abrir o fluxo de pessoas e mercadorias e construir uma ferrovia ligando as três capitais ao longo de um novo corredor de transporte e comércio.
Os ministros das Relações Exteriores da República da Guiné, Mali e Burkina Faso reuniram-se em Uagadugu, capital deste último país. No comunicado divulgado após o encontro, os países concordam em aumentar a cooperação em segurança, comércio, mineração e infraestrutura.
No ponto 7 lê-se: “Conscientes do contexto desta reunião, os Chefes de Delegação acolheram a visão comum partilhada pelos seus três Chefes de Estado, uma visão que se inspira no compromisso pan-africano dos pais fundadores e líderes históricos dos três países, em prol da soberania, da paz, da cooperação e da integração dos povos”.
O primeiro-ministro de Burkina Faso, Apollinaire Joachimson Kyelem de Tambela, pediu durante a reunião tripartida que os ministros dos Negócios Estrangeiros avancem no sentido da criação de uma federação entre as Repúblicas da Guiné, Mali e Burkina Faso.
“São três países em transição. Essa transição não é um acidente. É o resultado da luta de cada povo que rejeitou uma determinada ditadura. Se nos unimos é para tentar compartilhar o que nos une, é para tentar deixar de lado o que poderia nos dividir. Devemos lançar as bases que vão tornar esse sonho realidade”, disse o ministro.
