
Por Felipe Quintas.
Esse print do UOL resume o que está sendo a visita de Lula a Washington. Um alienígena que travasse contato com o noticiário pensaria que o Brasil é uma republiqueta do tamanho de Belize ou menor, porque é assim que o atual governo brasileiro conduz o País.
Está tudo errado. Não basta os EUA entrarem no Fundo Amazônia , o Brasil ainda quer que ele entre mais. O próprio governo brasileiro reclama dos EUA estarem comprando pouco a Amazônia. Ainda por cima, Lula propõe a tal “governança global”, como se o Brasil fosse uma zona franca internacional e não uma Nação soberana. O único efeito prático da linguagem mais dura contra a Rússia é mostrar como o Brasil não tem a menor condição de ser porta-voz dos BRICS. A diluição da importância do Brasil no BRICS não é efeito da entrada iminente de Irã, Argentina e países árabes no bloco, é a consequência das escolhas fitas pelo Brasil e da sua fragilidade geopolítica em uma constelação de potências emergentes.
Como de praxe nas relações com os EUA, nenhuma subserviência é recompensada. O Brasil toma na cara duas desfeitas: Biden não assume compromisso em apoiar o Brasil no Conselho de Segurança (como se fosse possível esperar isso dos EUA) e a primeira-dama estadunidense recusa de última hora o encontro com a brasileira, alegando qualquer motivo.
A cereja do bolo é o Lula dizer, sobre o conflito na Ucrânia, que “é preciso parar de atirar”. É isso o que o Chefe de Estado de um dos maiores países do mundo tem a dizer sobre um dos principais desafios mundiais de hoje? É sério que Lula pretende ser “liderança global” falando tolices e puerilidades? O Biden e o Putin devem ter pensado que até as netas deles de 7 anos fala coisas mais inteligentes.
Não sou desses que acham que o Lula tinha que chegar e cuspir na cara do Biden, chamá-lo de Demônio e queimar a bandeira dos EUA. Não são com histrionismo e exibicionismo que um País afirma sua independência. Para aumentar seu poder de barganha e o seu peso internacional, o Brasil precisa se desenvolver, construir sua bomba atômica e liderar de fato seu entorno estratégico. Mas, para isso, precisa de altivez, e altivez é tudo que falta a esse governo, como faltava ao anterior. É triste constatar que o Brasil é muito mais capacho dos EUA hoje, quando há muito mais opções de integração internacional, do que na bipolaridade da Guerra Fria. É inaceitável que um gigante aja e pense de forma tão miúda.