
Conforme havíamos apontado, o governo salvadorenho de Nayib Bukele vem adotando uma rígida política de segurança contra o crime organizado local, com base jurídica em uma lei antiterror, obtendo rápidos e excelentes resultados, com a redução drástica dos números de homicídios em seu país, que tinha, até alguns anos, um dos maiores índices do mundo.
No Brasil, o ministro dos Direitos Humanos Sílvio Almeida defende uma linha oposta, no sentido de descriminalizar as drogas, que estaria associada ao super encarceramento da população envolvida em delitos relacionados às drogas. Isso sem ao menos articular com o próprio governo e muito menos com o Legislativo ao propor uma medida concreta a respeito, para alterar a legislação penal. Na linha do progressismo ilustrado talvez tente articular algo com o STF, considerando a real impossibilidade de tal medida passar pelo Congresso.
Talvez o ministro mire o exemplo dos Estados Unidos, onde medidas de afrouxamento do combate às drogas e aos furtos tem sido adotadas, mas com péssimos resultados, com aumento dos índices de criminalidade. O consumo de drogas como heroína e sintéticas como o fentanil vem aumentando vertiginosamente nos últimos anos. Assim como a direita brasileira já era, a esquerda vem se tornando cada vez mais identificada com os Estados Unidos, ainda mais depois do movimento Black Lives Matter. Depois da morte de um cliente em uma loja do Carrefour em Porto Alegre, Sílvio Almeida aceitou participar de um comitê de “diversidade e inclusão” da rede francesa, que destinará quantia milionárias em combate ao racismo, mesmo com críticas de diversas organizações de direitos humanos e da população negra, que queriam medidas mais rígidas contra o Carrefour.
Em nome do alinhamento ideológico ao progressismo do Partido Democrata dos EUA, o governo brasileiro não pode ensaiar transformar o Brasil em uma grande cracolânida, como se não bastassem as que já existem em São Paulo e também no Rio de Janeiro. No bojo de medidas de descriminalização, o “progressismo jurídico” do qual Sílvio Almeida faz parte ainda pretende seguir os EUA e adotar propor medidas de não punição de furtos, o que somado às questões associadas à liberalização de drogas podem formar um caldo explosivo na segurança pública, aprofundando a desordem pública. E tudo sem passar pelo rito legal, na proposição e aprovação de um projeto de lei no sentido.