O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, esteve em Nova York para divulgar e “chamar investidores estrangeiros” para a exploração do lítio no Vale do Jequitinhonha, no norte do estado. A região do Vale do Lítio compreende os municípios de Araçuaí, Capelinha, Coronel Murta, Itaobim, Itinga, Malacacheta, Medina, Minas Novas, Pedra Azul e Virgem da Lapa. A descoberta das jazidas na região já colocaria o Brasil como um dos potenciais grandes produtores de lítio do mundo, junto com Chile, Argentina, EUA, Canadá e Austrália.
Até o ano passado o mercado de exploração de lítio era restrito, uma vez que o lítio é um dos insumos da indústria nuclear no país, desde a década de 1970.
À medida em que o mineral assume cada vez mais um papel estratégico, como matéria prima para baterias elétricas e outros componentes da chamada indústria verde, que não usa derivados de petróleo, fornecedores no continente se movimentam para regular a produção do lítio. No Chile, o presidente Gabriel Boric anunciou planos para criar uma empresa estatal no setor. No México, o presidente López Obrador assinou um decreto ainda este ano para nacionalizar todas as reservas de lítio no país.
O Brasil poderia caminhar em conjunto com os parceiros ibero-americanos no sentido de constituir um cartel de produtores, nos moldes da OPEP, tendo em vista a cobiça dos países ricos, sobretudo dos europeus, grandes consumidores, mas ainda com baixa produção. Para os europeus, a importação do lítio vai se tornar uma questão cada vez mais estratégica, tendo em vista o processo de “transição energética” a qual se submeteram, com cada vez menor participação, na sua matriz energética, de derivados do petróleo.