
O ex-procurador federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) teve seu mandato de deputado federal cassado por unanimidade dos sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral. Junto com o atual senador Sérgio Moro, Dallagnol era uma das estrelas da Operação Lava Jato e se elegeu no ano passado como o deputado mais votado do Paraná, com mais de trezentos mil votos.
A ação contra ele partiu de uma representação da federação partidária PT, PC do B e PV, mais o PMN por se candidatar tendo sindicâncias e processos administrativos disciplinares abertos contra si. Assim, no entendimento do TSE, Dallagnol driblou os processos se exonerando do cargo em novembro de 2021, o que configuraria um contorno à legislação.
O relator do caso foi o ministro Benedito Gonçalves, que pediu a cassação, seguido pelos demais membros do tribunal. Três dos ministros foram indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro: Carlos Horbach, Sérgio Banhos e Cássio Nunes Marques. Este último, também indicado por Bolsonaro ao STF, foi aprovado por este mesmo tribunal para ocupar a posição de membro titular que pertencia ao ex-ministro Ricardo Lewandowski, recebendo nove votos de seus pares de STF.
No Congresso, Dallagnol fez um pronunciamento, cercado por deputados de oposição, incluindo Eduardo Bolsonaro, para se dizer vítima de perseguição e proclamar que os “corruptos estão contentes” com sua cassação. Por sua vez, os petistas aproveitaram a situação para fazer piadas fazendo alusão ao famoso power point da acusação de Dallagnol contra Lula.
Nada como um dia após o outro.
Os corruptos da “esquerda” estão contentes. Os da direita estão revoltados.