Embora a mudança possa causar descontentamento em alguns países, essa não é a preocupação da República Centro-Africana, de acordo com o embaixador Leon Dodonu-Punagaza
Da RT.
O embaixador da República Centro-Africana (RCA) na Rússia, Leon Dodonu-Punagaza, disse que seu país está interessado em ter uma base militar russa em seu território, que poderia acomodar entre 5.000 e 10.000 soldados.
“Nosso país é o primeiro país da África que resistiu aos franceses”, disse ele em uma entrevista publicada pelo Izvestia na segunda-feira, acrescentando que uma base militar russa ajudaria a reforçar a RCA, onde as ameaças à segurança, que há muito tempo se arrastam, pioraram devido ao influxo de refugiados do Sudão, devastado pela guerra.
O embaixador elogiou o papel dos instrutores militares russos no fortalecimento das forças armadas de seu país e enfatizou a importância de continuar a cooperação técnico-militar, apesar da oposição de alguns países.
“Nas últimas semanas, quando a Rússia nos entregou seis aeronaves militares, foram os franceses que começaram a se ressentir, gritando e berrando. Mas isso não é assunto nosso; estamos interessados na cooperação com a Rússia”, observou Dodonu-Punagaza.
Em dezembro do ano passado, os últimos 130 soldados franceses da missão logística MISLOG-B deixaram a capital Bangui em decorrência das tensões com a França sobre a crescente presença militar russa.
De acordo com Dodonu-Punagaza, a bandeira da Rússia foi hasteada no início deste mês na antiga base militar francesa na República Centro-Africana, indicando que a RCA havia “finalmente expulsado os franceses” e estava pronta para trabalhar com Moscou.
Ele acrescentou que a RCA estava “se preparando seriamente” para a segunda cúpula Rússia-África em São Petersburgo, em julho, que contará com a presença do presidente Faustin-Archange Touadera.
“Posso confirmar que o presidente participará. Quanto às questões a serem discutidas na cúpula, elas serão principalmente de segurança e econômicas”, disse ele.