
Do KontraInfo.
O governo de Dina Boluarte autorizou a entrada de tropas norte-americanas no Peru com “armas de guerra” por seis meses, entre 1º de junho e 31 de dezembro deste ano, em meio à agitação social no país.
O primeiro grupo de instrutores militares será composto por 25 membros das Forças Especiais dos EUA, que serão equipados com uma variedade de armamentos, incluindo rifles, pistolas, metralhadoras, lançadores de granadas, canos curtos, morteiros e espingardas.
Por meio de uma resolução legislativa, validada pelo Executivo, informa-se que eles realizarão “diversas atividades de treinamento cooperativo com as Forças Armadas associadas ao Exercício Militar Internacional Resolute Sentinel 2023”.
De junho a agosto, membros das forças especiais dos EUA, da Força Aérea dos EUA (USAF) e da Força Espacial dos EUA (USSF) entrarão no país andino com “armas de guerra”, de acordo com o Boletim de Normas Legais do Diario Oficial. As resoluções foram assinadas pela presidente Dina Boluarte, pelo ministro do Interior Vicente Romero e pelo presidente do Congresso José Williams.
Lima, Callao, Loreto, San Martín, Santa Lucía, Huánuco, Ucayali, Pasco, Junín, Huancavelica, Cusco, Ayacucho, Iquitos, Pucusana e Apurímac são os locais designados para o treinamento dos membros do Comando Conjunto das Forças Armadas do Peru, bem como da Força Aérea e da Marinha, entre outros.
A segunda resolução autoriza a entrada de meios aéreos, meios náuticos e pessoal militar dos EUA para realizar atividades de treinamento com as Forças Armadas no âmbito do Exercício Militar Internacional “Resolute Sentinel 2023”, organizado pelo Comando Sul dos EUA.
O exercício envolverá 970 membros da Força Aérea dos EUA (USAF), da Força Espacial (USSF) e das Forças Especiais, que serão equipados com aeronaves, caminhões e barcos de resposta rápida, além de seus armamentos.
A medida foi proposta por Boluarte em 20 de abril, e a oposição adverte que sua aprovação “coloca em risco a soberania nacional e a segurança interna do Peru” e constitui um ato mais típico de uma colônia.
O Parlamento endossou essa medida com 70 votos a favor e 33 contra. “Falamos tanto em soberania e permitimos a entrada de exércitos estrangeiros (…) de um país que invadiu povos na Ásia, na África, na América, em tantos países do mundo”, disse o deputado Jaime Quito.