
Da RT.
O presidente russo, Vladimir Putin, compareceu ao Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo nesta sexta-feira, fazendo um longo discurso e participando de uma sessão de perguntas e respostas. Além de tópicos econômicos, o presidente fez várias declarações sobre assuntos de política internacional, que giraram principalmente em torno do conflito em andamento com a Ucrânia e um impasse mais amplo contra o Ocidente coletivo.
A contraofensiva ucraniana está sofrendo grandes perdas em troca de nenhum ganho
O presidente da Rússia forneceu uma atualização sobre a contraofensiva ucraniana há muito anunciada, que começou provisoriamente no início de junho. Até o momento, as forças de Kiev perderam cerca de 186 tanques e 418 veículos blindados de outros tipos, de acordo com Putin.
“Suas perdas são muito pesadas – cerca de uma em cada dez em comparação com o exército russo. Isso é um fato. Em termos de armamento, a perda desse equipamento está aumentando a cada dia”, disse ele, acrescentando que Kiev até agora não conseguiu atingir seus objetivos, desperdiçando suas reservas estratégicas na luta contra as forças russas.
A ajuda militar ocidental não beneficiará a Ucrânia
A intensificação da ação militar causou um rápido esgotamento do estoque de material de guerra da própria Ucrânia, disse Putin, prevendo que as forças armadas do país se tornarão totalmente dependentes de ajuda externa em um futuro próximo. “Nossa indústria de defesa, no entanto, está crescendo dia a dia”, disse ele. Qualquer armamento que Kiev receba do Ocidente coletivo acabará destruído, alertou Putin. “Os tanques estão queimando. Dentre eles estão os Leopardos. Eles estão queimando. Assim como os F-16s. Não há dúvida”, declarou o presidente, referindo-se às possíveis entregas de aeronaves avançadas fabricadas nos EUA, há muito desejadas por Kiev.
O envolvimento da OTAN no conflito está aumentando
A possível entrega de caças F-16 faria com que o bloco da OTAN, liderado pelos EUA, se envolvesse ainda mais profundamente no conflito, disse Putin. Além disso, as aeronaves podem acabar estacionadas no exterior, operando no espaço aéreo da Ucrânia apenas durante missões de combate.
Nesse caso, “precisaremos analisar como e onde podemos atingir esses recursos usados em operações de combate contra nós”, disse Putin. “Esse é um sério perigo de arrastar ainda mais a OTAN para esse conflito armado”.
O Ocidente vai querer conversar com a Rússia sobre garantias de segurança
Moscou nunca se recusou a dialogar com o Ocidente coletivo, apresentando uma proposta de acordo de segurança abrangente pouco antes do início das hostilidades em curso, disse Putin. O Ocidente, no entanto, rejeitou o diálogo, mas acabará sendo forçado a abandonar sua postura de confronto.
“Com relação à necessidade ou não de conduzir um diálogo com eles, repito mais uma vez que não rejeitamos esse diálogo”, disse Putin. “Foram eles que decidiram romper o diálogo conosco. Bem, eles não querem conversar… não importa. Eles o farão.”
Explicação da posição russa sobre o uso de armas nucleares
O presidente da Rússia também advertiu contra a normalização da conversa sobre o uso de armas nucleares, alertando que “o próprio fato de discutir esse tópico já reduz o limite para seu uso”. Ao mesmo tempo, Putin rejeitou a ideia de se envolver em qualquer conversa sobre desarmamento nuclear com o Ocidente.
“Possuímos mais armamentos desse tipo do que os países da OTAN. Eles sabem disso e estão sempre tentando nos persuadir a iniciar negociações para a redução. Como diz nosso povo, eles são ‘loucos'”, disse Putin.