Enquanto é negociado o Acordo Comercial Mercosul – União Europeia, deputados europeus fazem pressão, no Senado Federal, pela rejeição do PL 490 que trata do Marco Temporal, já aprovado na Câmara dos Deputados. Depois de deputados alemães se manifestarem contrários ao PL, interferindo em assuntos sob a soberania do Estado brasileiro, cinco deputados holandeses escreveram uma carta endereçada ao Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
No documento, alegam que a aprovação do Marco Temporal “inviabilizaria reivindicações dos indígenas” e que esses povos poderiam ajudar na preservação do “carbono” na Amazônia.
Ao invés de demonstrar preocupação com os níveis de renda, com a qualificação da mão de obra, pautas importantes para quem se propõe a firmar um acordo comercial, para intensificar as trocas comerciais e investimentos diretos, como querem nos fazer crer os defensores do acordo, os holandeses se mostram mais interessados em se imiscuir em questões internas do Brasil, tomando parte de um dos lados.
Tal postura dos holandeses só mostra o problema que é a assinatura deste acordo, no qual se empenharam todos os governos de FHC para cá. Antes de turbinar as exportações do agro para os países da UE, ou “integrar o Brasil nas cadeias produtivas globais”, tal acordo só traria dores de cabeça. Seria péssimo para a indústria, seria igualmente ruim para o agro, que ficaria sob os caprichos das autoridades europeias, sempre dispostas a modificar acordos para cumprir com metas de “sustentabilidade” de origem duvidosa, com direito a sanções unilaterais intempestivas.
Além do fato que o mínimo que se espera de um parceiro comercial é o respeito à soberania dos mesmos, coisa que a UE acha indigno de se fazer.