Do Movimento de Solidariedade Íbero-americana.
Em um país que precisa de população para ocupar o seu enorme território, a redução malthusiana significa colonialismo.
“O Brasil está entre os três países que envelhecem mais rápido. Vamos envelhecer em 19 anos o que a França envelheceu em 145 anos. De 2011 a 2030, vamos dobrar o índice de pessoas com 60 anos ou mais.” O alerta vermelho é do médico e gerontólogo Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade, diante da divulgação dos resultados finais do Censo 2022, em entrevista ao “O Estado de S. Paulo” de 27 de outubro.
Segundo ele, “o envelhecimento da população não é uma surpresa, as taxas de fecundidade estão em queda desde o final do século passado. Então por que tão poucos setores da sociedade reagiram? A política tem ignorado esse fenômeno. Se o tema não está no radar dos partidos, não estará no radar dos governantes”.
Aí está: o Censo registrou pouco mais de 203 milhões de brasileiros, cerca de 10 milhões a menos do que se esperava há apenas cinco anos. A pandemia de Covid-19 responde por parte das ausências, mas o principal fator é mesmo a queda fulminante das taxas de fertilidade feminina, que o IBGE estima em 1,7 filho por mulher, bem abaixo da mera taxa de reposição populacional de 2,2. Ou seja: bye-bye, bônus demográfico! Isto sim, é uma emergência nacional das mais sérias – mas o que está na pauta são as mudanças do clima para 2050, do nível do mar em 2100 e outras falácias do gênero.