A maior mineradora de lítio do país, a Sigma Lithium, está na mira da empresa automotiva chinesa BYD.
A Sigma controla minas de lítio no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. O lítio é matéria prima essencial para fabricação de baterias de veículos elétricos, produzidos pela BYD. Caso a compra seja concretizada, seria uma forma da empresa chinesa verticalizar a cadeia produtiva instalada no Brasil, tendo em vista o anúncio da construção de uma fábrica de veículos e peças em Camaçari (BA).
Resta saber se o empreendimento poderá de alguma forma alavancar o desenvolvimento da região mais pobre de MG, mas extremamente rica em minérios, sobretudo o lítio, contendo 85% das nossas reservas deste minério. A entrada de empresas estrangeiras nesse setor foi favorecida por um decreto do Governo Bolsonaro. Sem um planejamento de políticas de desenvolvimento regional, a tendência é os ganhos na cadeia produtiva serem todos transferidos para o gigante asiático.
Contudo, com o anúncio desses investimentos, os chineses caminham em consonância com a atual política do governo brasileiro de promoção da “economia verde”, ainda que a compra da Sigma por estrangeiros caracterize-se como mais um movimento de desnacionalização de reservas de minerais estratégicos.