
Por Raphael Machado.
Sem muitas surpresas, Nayib Bukele, Presidente de El Salvador desde 2019, foi reeleito com 85% dos votos, um resultado acachapante, avassalador, raríssimo na atual era de polarizações direita/esquerda equilibradas, tão suspeitamente comuns nas democracias liberais.
A previsibilidade desse resultado está nos próprios índices de aprovação de Nayib Bukele, girando em torno dos 80%. E essa aprovação, por sua vez, é fruto do triunfo do governo sobre as organizações criminosas que controlavam o espaço público em El Salvador, transformando a vida das pessoas comuns em um inferno de homicídios, sequestros, estupros e narcotráfico.
Bukele demonstrou que é possível travar uma “guerra às drogas” e vencer. Basta ter vontade. Superando os entraves enfadonhos e ultrapassados do liberalismo político e seu compêndio infinito de “direitos individuais” e “direitos humanos”, Bukele implementou um estado de exceção e empoderou a polícia e as Forças Armadas para que travassem uma guerra sem trégua contra as organizações narcotraficantes.
Reconhecendo o papel das penitenciárias na estabilização das estruturas de poder do crime organizado, Bukele transformou os presídios salvadorenhos de QGs do crime em verdadeiros aparatos de subjugação, encarceramento e punição dos criminosos do país.
Ainda mais importante, Bukele reconheceu que os bandos criminosos possuem cultura própria e memória própria, além de ritos e uma espiritualidade particular, tudo funcionando para ajudar a unir, consolidar e perpetuar a organização. Ele, portanto, atacou todos esses elementos, destruindo inscrições tumulares com símbolos de bandos criminosos e proibindo toda e qualquer representação cultural popular que glorifique essas organizações.
E com tudo isso, Bukele praticamente conseguiu zerar a criminalidade violenta em El Salvador. E não por 1 mês ou 2 meses, mas por quase 2 anos. Sepultou a narrativa esquerdista, tão comum no Brasil, de que você tem que combater “não o pequeno criminoso, mas o colarinho branco que está por trás”.
Não, não, você deve fazer os dois, pegar o pequeno e o grande, o lúmpem (bandido de rua) e o burguês, mas se você só conseguir pegar o lúmpem as coisas já começam a funcionar e o país já fica muito melhor.
Bukele é, para todos os efeitos, um ditador no sentido original do termo (ou seja, no sentido do governo em estado de exceção).
E é nisso que os inimigos estrangeiros de Bukele, tanto na mídia internacional quanto nos EUA focam. O Departamento de Justiça dos EUA tenta difamar Bukele acusando-o de fechar acordo com os grupos criminosos, ONGs e mídias internacionais se lamentam pela limitação dos “direitos civis” e por aí vai.
Bem, deixando de lado os EUA, que claramente se incomodam com mais um país que quer “agir por conta própria” na América Central, a postura dos críticos de Bukele expõe as fraquezas da democracia liberal e de seus fundamentos ideológicos.
Qual é a utilidade de todos os princípios e regras da democracia liberal se ela não serve para garantir uma “boa vida” (no sentido original, grego, do termo) para o cidadão? Se a democracia liberal não serve nem mesmo para garantir que, excetuando casos fortuitos, o trabalhador poderá retornar em segurança ao lar no fim do dia…de que ela serve?
A postura de Bukele expressa uma fissura entre os beneficiários do sistema ocidental e os seus sacerdotes, para os quais a democracia liberal tornou-se um fim em si mesmo, e todos aqueles para os quais as formas e sistemas de governo são apenas ferramentas e mecanismos, cuja finalidade é garantir o bem comum.
E se elas não estiverem funcionando, devem ser alteradas ou substituídas até que funcionem.
É por isso que Bukele venceu tão facilmente.
No dia em que o Brasil entender essas verdades óbvias, o país decola.
Aldo Rebelo abriu inúmeras frentes para temas pertinentes ao desenvolvimento do Brasil. Já passa da hora de pessoas qualificadas (Cibele Laura,Cmte Farinazzo,NR etc..) seguirem o mesmo caminho. Clubes empresariais,comerciais,sindicatos(patronais ou de trabalhadores)diretórios políticos,reuniões para escolha de nominatas etc… Um tema que por exemplo é desconhecido e não suscita debates contrários por exemplo é a questão da dívida .