Por Felipe Quintas.
Simples: porque o agro faz parte da economia real nacional, se relaciona com as cadeias produtivas industriais, assegura o abastecimento interno, proporciona a obtenção soberana de divisas externas (exportação) e é vetor de expansão tecnológica (Embrapa e universidades).
Sem falar que grande parte dos subsídios são para pequenas e médias empresas agrícolas, que não são “agricultura familiar”, pois não se destinam mais à mera subsistência, mas estão integradas ao mercado como qualquer pequena e média empresa urbana.
Se sucessivos governos desde Collor desmantelaram a indústria brasileira e obrigaram o agro a importar insumos e implementos industriais, não é culpa do agro. O crédito rural hoje inclusive é bem menor que nos anos 70, quando o Brasil mais se industrializou e muito por causa do aumento da demanda agrícola.
Ainda por cima, muito do que ainda temos de indústria nacional se deve ao agro, vide a Cosan, que produz lubrificantes Mobil, desde que adquiriu os ativos da Exxon Mobil no Brasil.
“Ah mas aumenta a desigualdade!” O mesmo argumento foi utilizado para demonizar a indústria nos anos 70 e 80. Sequer leva em conta o próprio dado apresentado, que a renda de todas as classes aumentou. Quero ver contar esse papo furado na China, que passou três décadas se industrializando com aumento da desigualdade.
Como se relaciona com as cadeias produtivas industriais? Os latifundiários preferem jogar o leite fora do que fazer doce de leite, eles preferem jogar os tomates fora do que fazer molho de tomate.
O Brasil sempre teve dificuldade em se industrializar justamente por “desviar recursos” para subsidiar os latifundiários.
Não tenho mais pena de empresários brasileiros, os caras não conseguem nem fabricar uma garrafa térmica.
Cai na besteira de comprar um produto nacional e essa porcaria não segura a temperatura nem por quatro horas.
Os empresários brasileiros são muito arrogantes (acham que conseguem fazer qualquer coisa), eles não querem perder tempo com planejamento e por isso só fazem bobagem.
Os empresários brasileiros sempre foram irresponsáveis, basta lembrar do caso dos caramujos africanos.
Depois do incidente com os camarões da Indonésia (as matrizes vieram com um vírus que dizimou quase 100% dos camarões brasileiros)?
Inclusive “pela maneira como se desenvolveu a situação” ficou parecendo que foi uma ação de bioterrorismo para eliminar a concorrência.
Agora (no dia de hoje) decidiram proibir a compra de tilápias do Vietnã alegando um vírus. Na verdade estão reclamando de “dumping” (os políticos adoram usar palavras bonitas mesmo quando não se encaixam na situação).
O “dumping” em quase 100% dos casos envolve produtos industrializados, o único caso que envolvia minério de ferro e cobre foi quando as quatro grandes mineradoras (Vale é a numero 5, não faz parte desse grupo) se uniram para destruir a concorrência.
O problema de “adular eles” é que são ingratos. Pegam empréstimos com “juros negativos” e usam para comprar criptomoedas e apartamentos em Miami, eles não gostam de investir em produção.
Os latifundiários são uma “elite do atraso”, eles sempre trabalharam contra a industrialização do país.