Do Geopol PT
Enquanto que na Alemanha, o chanceler Olaf Scholz continua a rejeitar uma entrega de Taurus à Ucrânia por precaução e prudência, já o presidente francês Emmanuel Macron não exclui a hipótese de tropas após a reunião que organizou ontem em Paris com os seus sócios da NATO e “de ajuda à Ucrânia”.
Para apoiar a Ucrânia na sua defesa, o Macron já não exclui o envio de tropas terrestres. “Nada está excluído para evitar uma vitória russa na Ucrânia”, disse Macron após o encerramento de uma conferência de ajuda à Ucrânia em Paris, na noite de segunda-feira. Na reunião de mais de 20 chefes de Estado e de governo, não houve consenso sobre o envio de tropas terrestres, mas nada pode ser excluído no futuro curso da guerra.
“Hoje não há consenso sobre o envio oficial de tropas terrestres”, disse Macron. “Mas nada pode ser excluído na dinâmica. Faremos tudo o que for necessário para garantir que a Rússia não possa ganhar esta guerra”. Atualmente, a discussão é sobre a necessidade de nos tornarmos mais rápidos e mais fortes na entrega de tanques e mísseis. “Por isso, tudo é possível se nos ajudar a atingir o nosso objetivo”, afirmou o presidente francês.
Olaf Scholz também participou na conferência. Pouco antes, tinha rejeitado claramente a entrega de mísseis de cruzeiro Taurus à Ucrânia, invocando o risco de a Alemanha se envolver na guerra. “Os soldados alemães não devem estar ligados aos objetivos que este sistema atinge em qualquer lugar e em qualquer altura. Nem mesmo na Alemanha”, disse Scholz na segunda-feira, na conferência de imprensa. Na sua opinião, a utilização dos Taurus só seria possível com a participação de pessoal alemão. Por isso, não está atualmente na ordem do dia.
Na reunião, foi decidida a formação de uma coligação para fornecer à Ucrânia mísseis e bombas de médio e longo alcance para ataques muito atrás das linhas russas, continuou Macron. A curto prazo, deverão ser mobilizadas munições adicionais para a Ucrânia a partir dos seus próprios estoques e de países terceiros. Entre outras coisas, houve também acordo sobre iniciativas para a defesa de países diretamente ameaçados pela ofensiva russa na Ucrânia, em particular a Moldávia. Macron afirmou ainda que pretendem apoiar a Ucrânia na sua fronteira com Belarus com forças não militares. O objetivo é também desativar minas.
A entrega dos caças Mirage franceses ainda não foi decidida. No entanto, Macron, que planeia deslocar-se pessoalmente à Ucrânia em meados de março, afirmou que o equipamento militar francês que poderia ajudar a Ucrânia ainda está a ser analisado. A França também apoia a ideia de utilizar a dívida comum para financiar as despesas europeias com a defesa, tendo em conta a guerra na Ucrânia. À semelhança da crise do coronavírus, todos os países europeus são afetados pela agressão da Rússia, o que justifica a abordagem especial da dívida comum.