Por Lorenzo Carrasco.
A ambicionada meta das emissões de carbono “líquidas zero” (Net Zero), o delirante “nirvana” da agenda da descarbonização da economia mundial, mostrou mais uma evidência do seu irrealismo: em vez de diminuir, as emissões estão aumentando.
A informação veio de ninguém menos que a Agência Internacional de Energia (AIE), segundo a qual a “poluição” do carbono aumentou 1,1% em 2023. “Longe de cair rapidamente – como requerido pelos objetivos do clima global estabelecidos no Acordo de Paris, as emissões de CO2 atingiram um novo recorde”, diz o relatório anual da AIE dedicado ao tema. Isto, ressalte-se, apesar de as economias avançadas terem reduzido as suas emissões em 4,5%, “um declínio recorde fora de um período recessivo”.
Da mesma forma, segundo a agência, nos últimos cinco anos, o setor de “energia limpa” cresceu duas vezes mais que o de combustíveis fósseis. “Precisamos de esforços bem maiores para permitir que as economias emergentes e em desenvolvimento aumentem os seus investimentos em energia limpa”, disse o diretor-geral da AIE, Fatih Birol (que esteve recentemente no Brasil para transmitir a mensagem aos brasileiros).
Em síntese, a despeito de toda a avassaladora propaganda alarmista sobre a iminência do apocalipse climático, a grande maioria dos países do planeta está percebendo crescentemente a vacuidade da narrativa catastrofista e dos custos proibitivos da “transição energética” baseada em fontes intermitentes e ineficientes, como as favoritas dos “descarbonizadores” – principalmente, eólicas e solares.
No próprio setor avançado, os protestos dos produtores agropecuários e a visível desindustrialização da Alemanha, locomotiva econômica da União Europeia, constituem evidências inequívocas de que a agenda “Net Zero” pode ter subido ao telhado.