Por Wellington Calasans.
A guerra da OTAN contra a Rússia, liderada por Washington, travada na Ucrânia, falhou. O cenário hoje é de uma Ucrânia destruída, mesmo assim os países membros da OTAN continuam as provocações contra a Rússia em todas as oportunidades. A nova investida é fingir repudiar Netanyahu e, ao mesmo tempo, apoiar a sua escalada insana contra o Irã.
Depois da derrota no campo de batalha da OTAN na Ucrânia, nos bastidores de Bruxelas há alguns irresponsáveis que planejam roubar mais de 300 bilhões de dólares de fundos russos e entregá-los aos ucranianos. A probabilidade disso produzir um caos mundial é praticamente unânime entre os especialistas em geopolítica, defesa e economia.
Os russos são puxados também por um Israel (anabolizado pelos países ocidentais) para que auxiliem o Irã. As provocações contra os iranianos são intensificadas todos os dias e o recente ataque contra o consulado iraniano na Síria deixou tudo por um fio. EUA e Rússia são conduzidos a um confronto direto, graças à proteção dada a Netanyahu pelos “civilizados ocidentais”. Uma hecatombe nuclear não pode ser descartada.
Como adverti logo depois do início do genocídio de Israel contra os palestinos, pode haver convulsões no Egito, Jordânia, Arábia Saudita e os Emirados, pois os seus líderes e governos estão todos sob pressão de povos revoltados com o massacre em Gaza, as elites da região terão que agir, caso contrário poderão desaparecer. Os sinais têm sido dados todos os dias.
A reação do Irã foi prometida pelos seus líderes, mas – pelo que é difundido na imprensa iraniana – dificilmente será feita a partir de solo iraniano. Os iranianos não querem uma guerra. Na verdade, em toda a região somente alguns seguidores de Netanyahu querem uma guerra regional.
De acordo com especialistas nas questões militares, “o Exército iraniano (a força terrestre como um todo) é muito pequeno e a Guarda Republicana ou Revolucionária é, na verdade, um elemento de operações especiais e de Forças Especiais que trabalha com os vários grupos e organizações xiitas que ajudou a treinar e equipar”. Outro fator que impede um contra-ataque iraniano contra Israel é a distância. O Irã não possui a infraestrutura logística necessária para sustentar tamanho esforço de guerra.
No entanto, assim como os russos, os iranianos desenvolveram armas de elevada precisão que podem ser acionadas à distância. Este trunfo do Irã tem preocupado até mesmo os EUA. Quando falamos sobre armas acionadas à distância, devemos lembrar que isto significa um arsenal de foguetes e mísseis, principalmente mísseis balísticos táticos, como também mísseis de cruzeiro. Israel sumiria do mapa (também a Palestina por osmose) em pouco tempo.
Assim como na Ucrânia, as pessoas que mais sofrerão serão os cidadãos. Neste caso, israelenses e palestinos (em casa) e os iranianos dentro do Irã, porque o Irã é um país deserto. E isso produziria um efeito catastrófico na população iraniana, algo que os líderes iranianos não querem e, como resultado, têm sido muito cuidadosos nesta altura para impedir que as suas próprias forças ataquem.
E a China?
Recentemente as provocações aos chineses foram intensificadas pelos EUA, Reino Unido e até a Nova Zelândia (que tem o mais lindo nome entre todas as capitais). Sob alegações pouco consistentes sobre espionagem e outras questões – como as tecnológicas -os “civilizados ocidentais” tentam provocar os chineses a tomarem medidas precipitadas extremas.
Há mais de uma década uma intensa propaganda de demonização contra a China, Rússia e Irã tem sido intensificada nos países membros da OTAN. Tanto que grande parte dos norte-americanos acredita no argumento de que a China representa uma grande ameaça aos EUA.
Para piorar, temos testemunhado o fenômeno de ninguém querer estar nas forças armadas dos Estados Unidos e dos países membros da OTAN neste momento. Isto é o reflexo de que não são os povos que querem guerra, mas sim uma minoria que confundiu acúmulo de riqueza com acúmulo de poder. O poder é algo muito maior do que a posse. Não seria através de políticos medíocres, sem carisma, sem alma, que os “civilizados ocidentais” conseguiria impor o modelo de “potência única” em todo o mundo.
É preciso que esta escalada de guerra seja estancada. As provocações contra as potências emergentes são muito perigosas para todos. Os países de aluguel como Ucrânia, Israel e Argentina são usados para o caos que tem sido construído pelos “civilizados ocidentais”.
Este caos é o recurso do afogado que tenta se agarrar a qualquer coisa para não morrer. Quem estiver aliado a isto, certamente irá receber este abraço.