O Ministério da Saúde solicitou na tarde de hoje a entrega imediata de todas as seis milhões de doses da vacina Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantã em cooperação com a China. Contra essa medida, o Governador João Dória afirmou que recorrerá ao STF – o nosso maior “tapetão”.
Enquanto os seguidores de Bolsonaro discutem nas redes sociais a eficácia dessa vacina, popularmente chamada por eles de “Vachina”, o Governo Federal não deixa barato e quer incorporá-la ao programa nacional de vacinação, no dia D, hora H, do qual falou o Ministro da Saúde, no momento em que o clamor pela vacina está no ponto máximo, tendo em vista o número de contaminados e mortos, colocando os sistemas de saúde no ponto próximo do colapso em várias localidades do país.
Colapso que já chegou em Manaus, que diante da falta de tubos de oxigênios, teve que recorrer à Venezuela para o suprimento. O que provocou a resposta do Governo Federal no envio de suprimento dos tubos em aviões da FAB, para minimizar o vexame.
Não querendo ficar exclusivamente dependente da China, o mesmo Governo Federal fretou um avião para Índia para buscar uma grande carga de vacinas. Faltou só combinar com os sul-asiáticos, que apesar de ter um considerável complexo de saúde – que o Brasil poderia ter – negaram o pedido, alegando produção ainda insuficiente. Poderiam eles ter respondido, em bom inglês, que vão fornecê-las no dia D, na hora H.
Enquanto isso a vacina russa, Sputnik V, teve sua conta no Twitter bloqueada por um dia. Talvez, os controladores dessa rede social, que perdeu valor de mercado em função do bloqueio a Trump, associem tudo que vem da Rússia ao trumpismo. No Brasil, a Rússia, até agora, nem de longe goza do mesmo prestígio que as autoridades dos EUA tem do governo brasileiro: a Sputnik V não foi incluída na portaria da Anvisa que liberou as vacinas chinesas as outras ocidentais, apesar dos pedidos do governador da Bahia e do Paraná.
Observando a confusão do Governo Federal, sentindo a presa claudicar, o Presidente da Câmara, criticado pela oposição por “sentar em cima dos pedidos de impeachment”, agora admite que o processo de afastamento de Jair Bolsonaro é uma possiblidade. Enquanto isso, Luciano Huck e Ciro Gomes puxam panelaços para esta sexta-feira dia 15, que parece estar sendo endossado desde a Esquerda mais radical aos “farialimers” do Novo.
Sinal dos tempos com a posse, na semana que vem, de um novo presidente nos EUA, enquanto Bolsonaro se nega a se afastar de sua equipe de trumpistas ferrenhos, a começar pelo seu filho Eduardo, um dos formuladores da política externa do governo.