A Coalizão para Uma Rede Segura, uma organização norte-americana que promove políticas de limitação de discurso “extremista” na Internet, crê que o aplicativo seja um “superdisseminador” desse fenômeno.
A Coalizão para Uma Rede Segura entrou no domingo, dia 17/01, com uma ação judicial em um tribunal distrital do norte da Califórnia, EUA, contra a gigante tecnológica Apple, para que removesse o aplicativo de mensagens Telegram da Apple Store, que “está sendo usado para intimidar, ameaçar e coagir membros do público”.
“O Telegram se destaca por si só como o superdisseminador [de discurso de ódio], mesmo comparado ao Parler”, afirmou Mark Ginsberg, diretor da Coalizão para Uma Rede Segura, em entrevista ao jornal The Washington Post, referenciando a rede social supostamente usada para coordenar os distúrbios do Capitólio em 6 de janeiro, que levaram a cinco mortes e dano à propriedade.
O jornal observou que as perspectivas de sucesso do processo não são claras. Sob a Seção 230 da Lei de Decência das Comunicações de 1996, as plataformas on-line recebem alta imunidade de responsabilidade pela maior parte do conteúdo que propagam. A decisão de manter o Telegram na loja de aplicativos é protegida não apenas por essa lei, mas pelo direito da Apple à liberdade de expressão.
Um processo semelhante, de acordo com Keith Altman, o advogado da coalizão, está planejado contra o Google.
Curiosamente, o cerco contra o Telegram dá-se simultaneamente à migração em massa que observamos de usuários da rede WhatsApp para esse aplicativo, que, além de oferecer serviço de troca de mensagens, permite a criação de canais de conteúdo, sobre os quais o controle de algoritmos utilizado em redes bastante massificadas como o Twitter e Facebook. As redes do Telegram ainda permitem resquícios da Internet livre, tal como existiu em seus primórdios, antes de ser completamente dominada pelas Big Techs, sobretudo na última década.
Cerco esse que é feito, como é bom lembrar, com o apoio da militância “antifa”, BLM, anarquista corporativa, que são leões na hora de denunciar os chamados “grupos extremistas” na rede, mas colaboram mansamente com as grandes corporações de mídia, às quais, no discurso, eles dizem combater. Quem quiser, que acredite.
Com informações Sputnik Brasil.