
As exportações brasileiras apresentaram relativa resiliência em 2020, durante a pandemia, impulsionadas pela evolução das vendas de produtos básicos. Segundo o Banco Central (BC), destacaram-se os bons desempenhos da soja, com aumento na quantidade exportada, notadamente na região Centro-Oeste, e do minério de ferro, no Norte, que apresentou melhora de preços.
As exportações de manufaturados diminuíram, reflexo da desaceleração econômica mundial, impactando sobretudo os resultados das regiões Sudeste e Sul. A análise desse cenário foi divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central, no âmbito dos seus boletins regionais.
O Banco Central também avaliou o aumento de concentração das exportações em todas as regiões, impulsionado por maiores compras da China. “Tal resultado sugere, de forma generalizada, maior influência da evolução da atividade econômica chinesa sobre as vendas externas brasileiras, principalmente para as regiões Norte e Centro-Oeste. Quando excluída a China da análise, observa-se aumento da concentração no destino das exportações apenas no Nordeste e Sudeste”, diz o estudo.
“A comparação internacional mostra o Brasil em posição intermediária no que se refere à diversificação de parceiros comerciais de acordo com os dados do World Integrated Trade Solution. De maneira geral, observa-se tendência de elevação da concentração na maioria dos países, mas o aumento no Brasil foi mais intenso do que a média”, diz o BC.
Entre as exportações de produtos manufaturados, o BC destaca as retrações na venda de aviões e máquinas e aparelhos para terraplanagem, concentradas no Sudeste e destinadas sobretudo aos Estados Unidos. Recuaram também as vendas externas de automóveis de passageiros, com maior retração no volume, destinadas especialmente para a Argentina, mais intensamente no Sudeste, Sul e Nordeste.
Em 2020, Estados Unidos e Argentina absorveram, respectivamente, US$ 5,1 bilhões e US$ 1,3 bilhão a menos de produtos manufaturados brasileiros em relação a 2019.
Com informações Monitor Digital