Por Carlos Velasco
Eu, um tipo que se opôs ao liberal-petismo com bom-senso, a partir de informações comprovadas e sólidas, e que alertou para a imbecilidade do impeachment de Dilma, avisando que deixaria a porta aberta para a vitimização e ressurreição futura do PT (facção que culpo pelo crime de ter desperdiçado a melhor janela de tempo para reformar o Brasil por completo, inaugurando uma era de crescimento sustentado e acelerado), agora vê as suas piores previsões se realizando. A coisa é tão frustrante que sou obrigado a ver até mesmo o Reinaldo Azevedo lambendo as botas do Lula!
E os mesmos imbecis, especialmente entre os “arrependidos” (se estivessem arrependidos, tendo em conta a consequência das suas ações, se retiravam da vida pública!) que embarcaram no lava-jatismo e/ou no Olavo-bolsonarismo, agora também lutam pelo impeachment de Bolsonaro, cometendo o mesmo erro pela segunda vez. Nada aprenderam e nada aprenderão. Ponto final! Nada melhor que o impeachment para que o olavismo tenha sobrevida e volte em força, talvez debaixo de outro nome, na próxima eleição. Quem acreditou que Bolsonaro poderia ser desligado do guru Olavinho se enganou redondamente, mas quem admite o erro?
Bolsonaro criou uma dependência em relação aos conselhos do guru e o aprofundar do distanciamento em relação aos outros grupos que o apoiaram na eleição só aumenta a desconfiança presidencial de todos os que não sejam olavistas. Para entender isso, basta pensar na seguinte questão: como um imbecil com ligeiro retardamento, como Bolsonaro, não ficaria dependente dos conselhos do guru, absorvidos indiretamente por via dos próprios filhos, quando foi Olavinho o responsável por tornar Bolsonaro num mito nas redes sociais, transformando um zé-mané num presidenciável?
A situação vivida pelo Brasil, que ainda vai piorar bastante (aguardem até acabarem com as reservas internacionais, o que também acontecerá com um Lula eleito sob a desculpa da luta contra o câmbio-baixo e a inflação), é desesperada. Só vejo uma forma de se conseguir ganhar algum tempo para que haja uma eleição normal: cortar a relação entre o presidente e o guru, retirando os filhos de Bolsonaro e todos os olavistas do Planalto, e desvio do foco da CPI da Fake News para a das atividades da dupla Olavo de Carvalho e Filipe G. Martins, o que é gravíssimo em si (basta pensar no efeito disso na questão do COVID no Brasil e na crescente utilização da palavra genocídio!) dando a Bolsonaro a promessa de anistia para ele e para os seus filhos, a não ser que insistam na carreira política (fica com o que acumulaste, Bolsonaro, que é muito bom para alguém com as tuas capacidades!).
Mas isso exigiria uma contrapartida, caso o Brasil queira mesmo sair do impasse, que é a retirada de Lula da corrida presidencial por meios legais. Se isto não for feito, o jogo vai acabar para o Brasil ou só restará uma saída militar. Lembrem que a indústria já participa com pouco menos de 10% na formação do PIB, algo ao nível pré-Primeira Guerra Mundial, e não vai aguentar mais uma década perdida. E a soja e os produtos básicos, podem escrever, já deram o que tinham para dar. Só podem continuar a gerar aumento nas exportações se houver uma cadeia industrial atrelada a eles. Do jeito que está, como no caso da soja, não se pode esperar muito mais a não ser migalhas.
Para terminar, faço um resumo da situação: se apoias o Lula, apoias o olavo-Bolsonarismo, e vice-versa, o teu inimigo, na verdade, é o Brasil. Da minha parte, me recuso a ter participação nessa palhaçada. O que era a década perdida no princípio da minha adolescência se transformou em quatro décadas e talvez sepulte de vez o Brasil. Acordem, c..lho!