Por André Luiz dos Reis.
Daniel Alves disse que “Não existe patriotismo no nosso país, infelizmente. Se existisse, nossos ídolos, nossa grande historia, seriam respeitados. O único lugar em que a história não conta muito é no nosso país”.
Não é verdade que seja só por aqui. Mas o problema existe de fato. Parte considerável do establishment midiático, político-partidário e acadêmico não faz outra coisa senão diminuir ou se lamentar pela existência do Brasil.
Não estão preocupados em entender a nossa história, dinâmica social, processos políticos e culturais. Só querem achincalhar mesmo, da forma mais ignóbil de que são capazes.
Fazem isso com a memória de ídolos esportivos. É incrível o ódio de alguns pela figura de Pelé, por exemplo. Não cansam de criticá-lo pelo que fez e pelo que não fez. Não param de fazê-lo espelho das próprias frustrações.
Lembrem do filme de Carla Camurati sobre Carlota Joaquina. Dom João VI é retratado como um porco idiota. A família real portuguesa é vilipendiada sem dó nem fidelidade histórica. É visível a raiva travestida de ”piada”. É ódio ao país.
Já vi gente babando na gravata contra Tom Jobim. Dizendo que ele era um plagiador, que não tinha significado nenhum. Pessoas com vergonha da bandeira, torcendo contra nas Olimpíadas, com mágoas da seleção brasileira, do amor do país pelo futebol.
Aliás, em torno do futebol existem as maiores viralatices imagináveis. O Brasil é pentacampeão mundial, mas tem gente que prefere babar ovo da seleção alemã. Fora aqueles que dizem que o Brasil ”não dá certo” [como assim não deu certo?] porque o povo gosta de futebol.
O ataque a Borba Gato é só a ponta do iceberg. O patriotismo existe no Brasil, mas no seio da população. A maior parte da alta classe média sempre desprezou o país, sempre o esculhambou. A imagem que define esse grupo social é a famosa banana que Marco Aurélio, personagem de Reginaldo Faria na novela ”Vale Tudo”, dá pro Brasil quando seu avião levanta voo. Ele estava fugindo pro exterior pra evitar a punição da sua mulher homicida.
Esse personagem é a cara da maior parte da alta classe média brasileira. E é desse grupo que geralmente saem acadêmicos, juristas, jornalistas e militantes ”progressistas”, todos hipnotizados pelo Ocidente e com um coração repleto de ressentimento por terem nascido no Brasil.
Imagem: TV Globo.