Uma nova sondagem de opinião publicada no sítio The Hill revelou que a reputação do Exército americano está em queda livre:
O Instituto Ronald Reagan acabou de anunciar que a confiança da população americana nos militares continuou a sua queda acentuada. A pesquisa do Instituto realizada em novembro de 2021 verificou que apenas 45% dos entrevistados relatam “muita confiança e confiança nos militares” — queda de 25 pontos em três anos. O Instituto acrescenta que “um número crescente de americanos diz que tem pouca ou pouquíssima confiança nos militares, o que representa um aumento de 15 pontos nos últimos três anos.”
O exército não é a única instituição americana que padece de má reputação, mas é a que mais está acostumada a contar com apoio público. Não se sabe se ele saberá contornar essa situação.
Talvez esse fato não deva ser surpresa, dado que, especialmente no último ano, o Pentágono se dedicou à agenda identitária, lançando vídeos de recrutamento baseados em questões como formação de líderes, força e condicionamento, preparação para a guerra, superação de obstáculos “diversidade”, “aceitação” e campanhas LGBTQ++.
Recentemente, senadores republicanos começaram a apontar a erosão de valores militares tradicionais como firmeza, superação de desafios, liderança e coesão de grupo. No início do ano, a mídia corporativa criticou fortemente o senador Ted Cruz por denunciar os perigos de um exército “identitário e fragilizado”.
“Talvez um exército identitário e fragilizado não seja uma boa ideia”, escreveu o senador no Twitter, comentando um vídeo que compara a propaganda de recrutamento militar na Rússia e nos Estados Unidos.
Rod Dreher, no sítio The American Conservative, escreveu sobre o declínio da confiança da população nos militares: “você pode culpar Obama e Biden, bem como a liderança militar sênior dos EUA, pela institucionalização do identitarismo nas Forças Armadas – e você pode culpar Trump por não fazer o suficiente para parar essa loucura. Muito tem se falado sobre o que eles fizeram e estão fazendo para a cultura militar. Os militares do alto-comando estão tratando como inimigos as pessoas que deveriam servir”.
Ele ressaltou ainda que a grande maioria dos recrutas vem dos Estados do Sul, cujas populações são, majoritariamente, apoiadoras do Partido Republicano. Essas pessoas – que tendem a ser mais conservadoras – entram no Exército onde imediatamente começam a ser bombardeadas por propaganda identitária da própria instituição.
Estas são propagandas reais de recrutamento militar da Rússia, China e Estados Unidos… quem será que terá as forças de combate mais valentes num futuro próximo?
Como detalhamos em análises anteriores, esse é um processo que vem sendo construído na última década ou mais:
Ao longo da última década, as agências militares e de inteligência americanas têm promovido cada vez mais campanhas de exaltação do identitarismo. Essas agências governamentais têm tomado posições explicitamente ideológicas na promoção do “Mês do Orgulho” e no recrutamento de um maior número de homossexuais e pessoas “transgêneros” com o intuito de aumentar a “diversidade”. Preocupações militares reais parecem ser cada vez menos prioritárias, mesmo com os Estados Unidos tendo perdido mais uma guerra e torrado trilhões de dólares de dinheiro público.
Um exemplo disso pôde ser visto já em 2014, quando a CIA se gabava de “ter participado das três últimas edições anuais do Festival de Orgulho de Washington… e de estar ativa na promoção da diversidade LGBT em toda a comunidade de inteligência”. Mais recentemente, em maio de 2021, a mesma a CIA lançou uma série de vídeos de recrutamento claramente voltado a recrutas que se encaixassem em certos parâmetros de diversidade.
Apesar da questão identitária, o sítio The Hill lembra que a saída dos EUA do Afeganistão e o caos que marcou o processo de evacuação provavelmente explica a percepção pública negativa dos americanos em relação militares:
Foi provavelmente a retirada caótica de Cabul em agosto — a primeira vez que o povo americano testemunhou uma derrota militar em tempo real – que fez com que os números positivos das pesquisas de opinião caíssem. A isso somaram-se os 13 agentes americanos mortos por um homem-bomba na entrada do aeroporto de Cabul enquanto trabalhavam para acelerar a evacuação humanitária. Dos 13, 12 estavam na casa dos 20 anos, e todos eram voluntários.
Embora não haja dúvidas de que o Pentágono deveria ter se concentrado mais tempo em promover uma estratégia viável para a saída do Afeganistão, o que realmente vimos foi o mesmo Pentágono ocupado com outras coisas:
Fonte: Zero Hedge