Por Fausto Frank
O jornal húngaro Magyar Nemzet expôs em uma série de artigos ao longo das últimas semanas o mecanismo de funcionamento da rede internacional do megaepeculador financeiro George Soros e sua influência junto a instituições, políticos, jornalistas e meios de comunicação em geral. O mecanismo revelado reproduz uma forma de agir característica que se foi conhecendo durante os últimos anos, a partir da publicação das listas de dirigentes políticos ligados a Soros na Europa, EUA e Argentina.
A forma como a Open Society Foundation (OSF – fundação filantrópica controlada por Soros) consegue intervir na cultura e na política dos países é através da manipulação e financiamento de políticos, ONGs, jornalistas e meios de comunicação. Sob a desculpa de outorgar subsídios internacionais para projetos filantrópicos, acaba-se desdobrando em cada país um enorme grupo de organizações menores que fazem permanente lobby em parlamentos e universidades, assim como em rádios, jornais, revistas, redes sociais e canais de televisão.
Nesse sentido, é esclarecedora a confissão de Andrej Nosko, ex-diretor da Open Society. Nosko tem doutorado em Ciência Política pela Universidade Central Europeia (fundada por Soros) e até 2018 trabalhou na OSF, atuando como diretor e depois chefe de divisão. Ele supervisionou a distribuição de subsídios aos tanques de ideias (“think tanks”) da divisão européia da fundação.
Em uma entrevista por videochamada vazada pelo jornal húngaro, Nosko admite que existe uma campanha injusta e tendenciosa contra a Hungria e a Polônia financiada pela OSF. Ele assegura que a maior parte da mídia oferece uma imagem distorcida de ambos os países e aponta para o declínio da qualidade da mídia europeia como uma das causas. “Há muito menos correspondentes estrangeiros nos principais meios de comunicação que cobrem os assuntos do exterior. Isso leva a uma situação em que é muito fácil denegrir a Polônia e a Hungria sem nenhum argumento real”, diz Nosko.
O próprio Soros, que em várias ocasiões atacou esses países de maneira pública, assinou um artigo no jornal El País com o título “A Europa deve enfrentar a Hungria e a Polônia”. Um dos principais motivos para o ataque é a firme rejeição desses dois países à introdução da “agenda de gênero” que Soros promove em nível global.
Nosko ainda reconhece que a fundação manipula, por meio de seu financiamento, outras ONGs e comunicadores. “Em várias ocasiões, eu mesmo contratei jornalistas para promover o material dos colegas dos grupos de reflexão“, explica Nosko, que acredita que a língua também torna relativamente fácil deturpar o que acontece na Hungria. “Não há muitos jornalistas estrangeiros que falam húngaro, por isso não podem falar com as pessoas comuns, por exemplo, e não podem ler as notícias locais”.
Entre essas ONGs, a mídia húngara aponta diretamente para a Anistia Internacional como uma das organizações internacionais que exerce controle sobre os jornalistas estrangeiros que relatam sobre a Hungria. Além das temáticas de gênero, aborto, eutanásia e questões LGBT, a rede de Soros promove ativamente a defesa da abertura das fronteiras à imigração, a ligação da Ucrânia com a OTAN e o combate aos laços da Europa com a Rússia.
O ex-colaborador do site 24.hu Kálmán Mátyás assegura que as ONGs manipulam e subornam os jornalistas que informam sobre o país. “Você não sabe se um determinado jornalista recebeu um convite para um bom hotel e quanto foi oferecido para escrever a história que eles querem ouvir na mídia”, disse Kálmán, mencionando especificamente a Anistia Internacional.
Já em 2016, documentos internos da Open Society vazaram nos quais esse tipo de estratégia de infiltração apareceu, no que ficou conhecido como DC Leaks.
Em 2017, o deputado húngaro Hollik István anunciou ao Parlamento de seu país que Soros já controlava pelo menos um terço dos deputados do Parlamento Europeu. István se baseou em uma vasta gama de documentos internos de George Soros, que listam os deputados da Câmara européia e determinam quem é patrocinado por organizações afiliadas à OSF.
No total, essa lista inclui 226 dos 751 eurodeputados. A “rede” da Open Society inclui políticos sem muita importância pública, mas também outros de grande peso como o presidente do Parlamento Europeu entre 2012 e 2017, Martin Schulz, o primeiro-ministro da Bélgica entre 1999 e 2008, Guy Verhofstadt, o líder do grupo socialista Europeu, o italiano Gianni Pittella, e dirigentes espanhóis de esquerda e centro-esquerda, como Pablo Iglesias.
Entre os dirigentes políticos espanhóis, apareciam Marina Albiol Guzmán (EUPV), Izaskun Bilbao Barandica (PNV), Javier Couso Permuy (Podemos), Agustín Díaz de Mera (PP), Rosa Estarás Ferragut (PP), Santiago Fisas Ayxela (PP), Iratxe García Pérez (PSOE), Eider Gardiazábal Rubial (PSOE), Enrique Guerrero Salom (PSOE), Sergio Gutiérrez Prieto (PSOE) PSOE), Pablo Iglesias (IU-Podemos), Paloma López (IU-Podemos), Juan Fernando López Aguilar (PSOE), Fernando Maura Barandiarán (Ciudadanos), Javier Nart (Ciudadanos), Maite Pagazaurtundua (UPyD), Teresa Rodríguez Rubio Vázquez (IU-Podemos), Lola Sánchez Caldentey (IU-Podemos), Jordi Sebastiá (Compromís), Josep María Terricabras (ERC), Ramón Tremosa i Balcells (PDE), Ernest Urtasun (Iniciativa per Catalunya-Verds), Elena Valenciano Martínez Orozco (PSOE), Ángela Vallina (IU).
A lista completa de 226 políticos europeus destacados como “aliados de confiança” de Soros pode ser lida aqui.
Também em 2017 foi divulgada a lista de legisladores norte-americanos que recebiam apoio financeiro de Soros, entre eles se destacavam Hillary Clinton e o falecido John McCain. No segundo trimestre de 2020, Soros deu pelo menos 500 mil dólares ao candidato presidencial democrata Joe Biden, tornando-se um dos maiores doadores da campanha.
Em 2018, Kontrainfo.com apresentou a lista de políticos, operadores midiáticos e empresários ligados a Soros na Argentina, informação obtida pelo jornalista Nicolás Morás. Entre eles, destacam-se o atual presidente da Câmara dos Deputados, Sergio Massa; a atual porta-voz da Presidência da Argentina, Gabriela Cerruti; a atual titular do INADI, Victoria Donda; vários deputados e senadores e personagens ligados ao poder midiático, como Daniel Hadad, Jorge Fontevecchia e Horacio Verbitsky. A lista completa de dirigentes argentinos pode ser lida aqui.
A informação divulgada recentemente na Hungria por Magyar Nemzet vem confirmar as revelações anteriores sobre o financiamento de jornalistas e políticos em todo o mundo por parte da Open Society Foundation, um modus operandi que se repete, avassala as soberanias nacionais e faz parte de uma forte engenharia social para reformatar as sociedades, com uma clara orientação geopolítica a favor das estruturas de poder do globalismo imperante.
Fonte: Kontrainfo.com