Por Rubem Gonzalez
O ministro das relações exteriores da Rússia respondeu em tom firme que todas as retaliações americanas serão respondidas com firmeza e determinação. É o início do fim do império romano-ianque.
Os Estados Unidos em 1991 conseguiram o improvável: derrubar o império soviético, o temível império militar soviético, sem disparar um tiro. As portas do antigo adversário e inimigo ficaram escancaradas para os ianques. O nirvana finalmente alcançado: a hegemonia mundial conquistada.
Como os Estados Unidos e o Ocidente trataram a Rússia e suas antigas repúblicas? Num misto de revanche e ganância entraram com a sua sanha destruidora com o mesmo ímpeto que faziam na África subsaariana, na América central e, mais recentemente, na América do Sul.
Sem constrangimento ou gentileza, organizações criminosas se criaram e, aliados a corruptos internos, o país em nove anos bateu todos os recordes de miséria, tráfico, formação de gangues criminosas e assassinatos. Não bastava a hegemonia mundial, era necessária a destruição total de quem abre as portas a esses verdadeiros anti-cristos.
Porém americano nunca foi bom de história, é um traço marcante do seu povo e da sua cultura, a ignorância e a capacidade de só enxergar o próprio umbigo. Qualquer campeonato americano de cuspe à distância é chamado de campeonato mundial, porque para eles o mundo são eles e mais nada, e essa cultura se reflete em todos os campos.
Deitados em berços esplêndidos, alimentando governos corruptos e autoridades corrompidas por todo o mundo, criando o seu reino de faz-e-conta digital, os Estados Unidos se desvaneceram naquilo que, no final das contas, faz toda a diferença: as velhas e boas armas. São elas que resolvem as contendas no final. Tribunais, papéis, protocolos pouco resistem ao bico de um fuzil, metaforicamente falando.
Durante três décadas vendendo a pecha de xerifes do mundo, de pacificadores, alimentando guerras, revoluções, destituição de governos, assassinatos, enterro de reputações e toda sorte de manipulação, parece que o império abre as portas do seu próprio juízo final.
São os paladinos da paz, mas mantém quase 800 bases militares no mundo, 500.000 soldados sem armas fora de suas fronteiras, uma frota de 13 porta-aviões atômicos para intimidar países menores e centenas de milhares de agentes corrompidos, em todos os poderes, em todos os países do planeta, dos judiciários às mídias amestradas e lubrificadas com dólares falsos que saem de suas rotativas.
Inclusive, o dólar é a última arma que lhes resta, no desespero e na falta de planejamento, tentam atacar a Rússia no sistema Swift, será a derrocada final. A Rússia tem a seu lado algo que não dá para arrumar no metaverso, não dá para montar em bites em NFT: são a logística e os recursos naturais, além de armamento de ponta inigualável.
Foram humilhados na Ucrânia, na realidade tensionaram ao máximo, buscando essa humilhação e finalmente a conseguiram, não só para eles, mas para mais 34 países membros da OTAN. Um país que gasta apenas 5% dos Estados Unidos e de toda a OTAN em armamentos humilhou a todos e mandou todos de volta para casa com o rabo entre as pernas.
A diferença básica, apesar de poder escrever uma centena de páginas sobre o assunto, podemos resumir nas preferências nacionais de lazer e diversão de cada país envolvido, isso demonstra bastante também o resultado final do embate.
Os americanos são adeptos do pôquer, a arte da mentira e da dissimulação, do blefe, de ganhar de um adversário muito mais forte do que você usando apenas o artifício da mentira e da dissimulação. O problema desse jogo é que não é muito difícil o seu adversário aprender a jogar também.
Já os russos são apaixonados pelo xadrez, e xadrez é técnica matemática, jogo com ciência, sem tirar também a dissimulação e o artifício, só que com arte e qualidade, e isso não se aprende em uma noite no cassino de Las Vegas.
Requiescat in pace USA…