Por Andrew Korybko, no OneWorld
A operação militar especial da Rússia na Ucrânia visa vários objetivos: deter o genocídio de Kiev contra o povo de etnia russa na região do Donbass; desnazificar e desmilitarizar o país; assegurar sua neutralidade; e, idealmente, encorajá-lo a proteger os direitos das minorias, assim como reconhecer a reunificação da Crimeia com a Rússia e a independência das Repúblicas de Lugansk e Donetsk. Essas ambiciosas tarefas podem ser realizadas sem a mudança de regime, especialmente considerando o fato que a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, confirmou recentemente que seu país não tem tais intenções.
Pois, por mais complexo que tudo pareça, a situação é na verdade bastante simples. Os Estados Unidos assumiram, por procuração, o controle das burocracias militares, de inteligência e diplomáticas permanentes da Ucrânia (o “Estado Profundo” ou “Deep State”, na sigla em inglês) depois que as forças fascistas-nacionalistas aliadas completaram seu golpe de Estado no início de 2014, no evento que ficou conhecido como “Euromaidan”. Isso levou o país pelo tenebroso caminho de ser artificialmente transformado na chamada “anti-Rússia”, que se refere ao conceito de armar todo o Estado contra seu vizinho fraternal e justificar esses objetivos belicistas por meio da ideologia fascista que foi posteriormente imposta a sua sociedade.
A Rússia procurou resolver diplomaticamente a crise não declarada dos mísseis provocados pelos EUA na Europa, compartilhando seus pedidos de garantia de segurança com os EUA e a OTAN, mas o esforço foi em vão. Eles não negociaram sinceramente com Moscou de boa fé, nem levaram a sério suas legítimas preocupações. Os indícios da inteligência russa sobre o início pré-planejado de uma terceira escalada da guerra civil no Donbass, os programas de armas de destruição em massa (ADM) do país e a habilidade dos EUA de neutralizarem as capacidades nucleares russas de segundo ataque levaram o presidente Putin a agir de forma decisiva quando o fez.
As Forças Armadas russas (FAR) estão tomando o máximo cuidado para travar uma guerra limpa que limite as baixas civis e os danos colaterais em total alinhamento com as opiniões de seu comandante-chefe sobre a unidade histórica dos russos e ucranianos que ele elaborou em seu artigo detalhado do verão de 2021. Isso explica os números oficiais de baixas da Rússia da semana passada, bem como o fato que a Grande Potência Eurasiática não deu irresponsavelmente o aval a seu poder militar para destruir completamente cidades ucranianas exatamente como os EUA destruíram a Iugoslávia, o Afeganistão, o Iraque, a Líbia, a Síria, e outras ao longo dos anos.
Os objetivos sociopolíticos e militares que a Rússia pretende atingir podem ser cumpridos por meios diplomáticos, desde que o presidente ucraniano Zelensky tenha a vontade. Ele já está flertando com garantias de segurança que não envolvam a OTAN, embora a posição de seu governo a respeito possa não ser o que realmente esteja aparentando. No entanto, essa própria sugestão, juntamente com três rodadas de conversações em Minsk, bem como a reunião de quinta-feira (10/3) dos ministros das Relações Exteriores da Ucrânia e Rússia em Antalya, na Turquia, sugere que a via política ainda pode trazer algum progresso, embora isso certamente não possa ser assegurado. Entretanto, trata-se de uma via a qual vale a pena ainda percorrer.
O desafio, entretanto, é que o chefe do Centro de Controle da Defesa Nacional Russa, o coronel-general Mikhail Mizintsev, revelou na terça-feira (8/3) que “todas as principais decisões (na Ucrânia neste momento) estão sendo efetivamente tomadas por nacionalistas e seus cúmplices”, o que significa que Zelensky foi praticamente posto de lado após perder o controle da dinâmica militar em seu próprio país. Ainda que essa constatação não seja é surpreendente, especialmente considerando sua dependência de mercenários estrangeiros, ela mostra que o líder oficial do país pode ser atualmente incapaz de firmar um acordo com a Rússia, mesmo que ele realmente quisesse.
Teoricamente, tudo o que Zelensky teria que fazer seria anunciar que ele estaria dando início os procedimentos legais internos para remover da Constituição a meta de adesão da Ucrânia à OTAN, juntamente com a reforma de uma lei para restaurar os direitos das minorias étnicas nesse mini-império não natural criado por Lênin na década de 1920, de modo a evitar o potencial colapso de sua identidade nacional.
Lembremos que as disputas que o presidente ucraniano travou com os EUA durante o mês passado em torno de aspectos bélicos antes da operação especial da Rússia ter início, e a recusa dos norte-americanos de arriscarem iniciar a Terceira Guerra Mundial enviando aviões de combate o teatro de operações (sem mencionar a imposição de uma “zona de exclusão aérea”) são bem conhecidas. Isso indica que ele poderia possivelmente considerar um acordo com a Rússia após finalmente perceber que não há mais esperanças de vitória e que seu país foi essencialmente usado como isca para fazer o grande rival dos EUA iniciarem sua operação especial da qual Washington esperava tirar vantagem. É o povo ucraniano que tem pagado o preço, tudo porque Zelensky não conseguiu se livrar dos procuradores fascistas de seu patrão (no caso, os EUA) que o cercam e infestam o “Estado Profundo” ucraniano. São eles os responsáveis por colaborar com a OTAN, pesquisar as ADM e ameaçar as linhas vermelhas da Rússia.
Sem apoio militar, porém, o líder ucraniano realmente não pode fazer muito. Ele pode até correr o risco de ser assassinado por seus “companheiros” oficiais, que poderiam então simplesmente acusar a Rússia de “magnicídio” como mais uma de suas muitas bandeiras falsas praticadas contra ela até agora, impulsionada pelo desespero de provocar uma intervenção ocidental mais direta liderada pelos EUA, ainda que provavelmente esse ato provocaria a Terceira Guerra Mundial. A questão, porém, é que caso Zelensky se voltar contra suas forças militares fascistas controladas pelos EUA, isso significaria o apoio ao objetivo da Rússia de desmilitarização da Ucrânia, o que já está sendo realizado de forma constante por meio da destruição de seus bens.
A desnazificação do território ucraniano só pode começar seriamente após a expurgação de seu “Estado Profundo”, o que é muito mais fácil dizer do que fazer, mas ainda poderia teoricamente resultar na permanência de Zelensky cargo, a menos que seus “companheiros” o derrubassem sob as ordens dos Estados Unidos. Basicamente, a seqüência de eventos necessários para reduzir a fase cinética da operação militar especial da Rússia na Ucrânia e provocar sua gradual mudança para a fase sociopolítica no que diz respeito à desnazificação e à garantia dos direitos das minorias pode começar imediatamente, caso Zelensky tenha a vontade política e especialmente a bravura pessoal para fazê-lo.
O elefante na sala é o pedido da Rússia para que Kiev reconheça a reunificação da Crimeia e a independência das Repúblicas de Lugansk e Donetsk, o que provavelmente nunca acontecerá de forma realista sob a administração em exercício, especialmente se ela tomar o dramático movimento de se voltar contra seus funcionários fascistas do “Estado Profundo” apoiados pelos EUA. Alguma negociação nesse ponto, porém, poderia ser um compromisso aceitável para a Rússia nesse meio tempo, uma vez que manter a natureza “congelada” dos conflitos em território ucraniano sem que Kiev disponha do apoio militar estadunidense para recrudescer as ameaças sobre o território de Dombass não seja realmente um resultado tão ruim no momento.
Em suma, as perspectivas de uma solução pacífica (mas não necessariamente imediata) para as preocupações legítimas da Rússia com suas linhas vermelhas de segurança nacional na Ucrânia se resumem a Zelensky, que pode iniciar imediatamente essa seqüência de eventos se realmente quiser. Ele pode não ser capaz, no entanto, já que até agora provou ser um fantoche de seu patrão estadunidense e um refém de fato de seus procuradores fascistas em seu “Estado Profundo”, apesar de ele próprio se orgulhar de ser um judeu. Somente no caso de ele finalmente se afirmar de forma independente é que tudo poderá se encerrar muito mais cedo que mais tarde.
Houve uma declaração curiosa do chefe do MI6 logo no começo do conflito que foi a de eles iriam “invadir a Ucrânia para proteger os gays ucranianos da opressão dos russos ‘homofóbicos'”.
O identitarismo já chegou nesse nível.
Ele é um sionista, então é obvio que ele apoia o “deep state”. Os sionistas controlam a maçonaria e o “deep state”.
Ele pode terminar abatido pelos próprios capangas nazistas, seja para eternizar o conflito (como quer o Ocidente) ou numa tentativa desesperada de encerrar o conflito. Numa situação dessas alguém pode simplesmente perder a cabeça.
Os nazistas ucranianos mataram um sionista, que estava tentando sair de Kiev, e ainda disseram “Au Revoir Shoshanna”. Os sionistas “passaram pano” e disseram que foi um acidente e eles disseram apenas “checheno”. Pelo nome não tinha como confundirem que um checheno.
Imagino que se tivessem sido os russos, ainda que acidentalmente, a reação teria sido outra…
Acho que os petistas vão conseguir fazer um milagre e reeleger o Palhaço Bozo.
Os petistas acham que a propaganda que a imprensa sionista (1+1) da Ucrânia fez para eleger o Palhaço Zelensky é algo “de outro mundo”. Foi apenas propaganda superliminar.
A Globo Golpista prefere usar propaganda subliminar. Elegeram o Collor assim e vão usar algo “um pouco diferente” para reeleger o Bozo.
Vou explicar de uma maneira que até um petista entenda. A Globo Golpista vai lançar uma novela esse ano só para agradar os identitários, os personagens vão até falar usando o gênero neutro. Qual vai ser a reação das pessoas normais (pessoas comuns do povo)? Estranhamento, aversão e esse sentimento vai recair sobre o Lula e seus eleitores (na campanha de 2018 usaram o “ele não” para dizer que os eleitores do Lula eram “aquilo”).
Realmente é impressionante como os petistas são absolutamente desqualificados, quando a gente explica tudo eles dizem que não passar de “teoria da conspiração”. Acho que é só uma desculpa para não fazer nada.