
Edifício da Eletrobras no centro do Rio de Janeiro 20/08/2014 REUTERS/Pilar Olivares
Por Roberto Pereira D´Araújo
A derrota é intensa para quem trabalhou na Eletrobras. Confesso que pesa muito ver o prédio de Furnas em Botafogo totalmente vazio. Difícil acreditar que aquele endereço, onde passei grande parte da minha vida, se tornou um prédio fantasma.
Trabalhar em empresas do grupo Eletrobras foi um orgulho. Todos nós nos sentíamos como participantes da transformação do país num período de industrialização com poucas semelhanças no mundo. O setor elétrico brasileiro sempre foi admirado, pois, nas vezes em que pude apresentar a arquitetura do nosso sistema integrado fora do país, as sensações foram de satisfação ao ver a surpresa que causava nos espectadores.
A derrota é intensa, mas não apenas pelo que muitos podem classificar como uma visão corporativa ou sentimental. Não se trata disso.
A derrota é árdua porque, em paralelo a esse desmonte da Eletrobras, com privatização ou não, o preço do kWh brasileiro, apesar de todas as vantagens oferecidas pelo nosso território, vem agindo como um carrasco sobre o consumidor, principalmente os mais pobres. Em 1995, marco zero da implantação do mercantilismo e privatização nas entranhas do nosso sistema, a tarifa média residencial era R$ 76/MWh. Hoje, quando não há as bandeiras tarifárias, se paga R$ 666, um aumento de 876%, quando a inflação nesses anos foi de 422%.
A derrota é dura quando se percebe que a própria ANEEL, agência reguladora do setor, ao fazer a análise desta “explosão” tarifária, chega ao absurdo de usar o índice IGP-M para atualizar dados passados. Como se sabe, esse indicador é fortemente influenciado pelo dólar e infla os valores de anos anteriores fazendo parecer que a tarifa atual é mais barata do que a de 2010 (ver https://portalrelatorios.aneel.gov.br/mercado/cativo).
A derrota é vergonha quando os países líderes da hidroeletricidade no mundo, Canadá, Rússia, Índia, Noruega, Suécia, Estados Unidos e China não entregam seu setor elétrico em mãos privadas. Estamos dizendo que estão todos errados ou, pior, que, se estão certos, que somos incapazes.
A derrota é muito penosa quando, mesmo tendo todos os motivos para não vender, se percebe que a Duke Energy, uma empresa americana com aproximadamente a mesma capacidade de geração da Eletrobras vale 82 bilhões de dólares e a nossa empresa foi liquidada por menos de um sétimo desse valor; (fonte: “Market value of largest electric utility companies worldwide as of April 2022” – statista.com).
A derrota é dolorosa quando se percebe que todos os argumentos falsos foram usados para desmerecer a empresa por ex-presidentes do movimento privatista ao afirmar que a Eletrobras era um cabide de emprego. Qualquer pessoa com um mínimo de curiosidade poderia contestar a “fake news”, pois, mesmo com as distribuidoras rejeitadas pelo setor privado, ela tinha o menor índice de empregados por MW instalado quando comparada às principais empresas do setor no mundo (ver: https://www.power-technology.com/analysis/top-ten-power-companies-in-2020/).
A derrota é profunda ao se afirmar, repetitivamente, que, sob mãos privadas, a Eletrobras vai investir. Os dados do balanço energético mostram que, toda vez que se anuncia privatização de usinas prontas, o capital se retrai de novos investimentos. Já aconteceu na década de 90, onde o déficit de adição de capacidade de geração chegou a 8 GW, que, só foi esquecido porque o racionamento reduziu o consumo em 15%.
A derrota é dura quando o consumidor brasileiro não sabe que apenas 8% das usinas hidroelétricas nasceu da iniciativa privada. Aproximadamente 42 GW, 37% do total foram usinas compradas prontas ou feitas em parcerias com estatais. Exclusivamente com as empresas do grupo Eletrobras, quase 17 GW só se tornaram realidade com as parcerias minoritárias da estatal. Consulte a base SIGA da ANEEL.
A derrota é de todos quando a maioria dos cidadãos não sabe que 70% das usinas térmicas, caras e poluentes, essas sim, pertencem ao setor privado. Desde o racionamento de 2001, até hoje, nossas térmicas fosseis foram multiplicadas por cinco! Truques de redução de impostos não vão mudar a vergonhosa realidade de que, em pleno século 21, com tantas fontes renováveis, o Brasil ainda investe em fontes sujas.
A derrota é vergonhosa quando não se consegue informar que, ao contrário da lenda, usinas térmicas podem esvaziar reservatórios, pois, sendo caras, muitas vezes não são usadas e quem gera no lugar delas são as hidroelétricas.
A derrota bate no bolso da população quando ela desconhece que pagou subsídios para o setor privado investir em fontes renováveis como eólica e solar e, mesmo assim, ainda temos uma parcela reduzida dessas fontes quando comparada a outros países.
A derrota é acachapante quando se esconde que a Eletrobras foi usada para reduzir os defeitos do modelo mercantil: 1- Forneceu energia quase gratuita para o “mercado livre”, o topo da pirâmide social brasileira. 2 – Obrigou-se a estatal a aceitar uma redução violenta de receita (MP 579) para compensar a verdadeira explosão de preços resultantes do modelo. 3 – Foi obrigada a se submeter a parcerias minoritárias com o setor privado para tornar possível a realização de mais de 16 GW em hidroelétricas. 4 – Foi sujeita a uma redução de funcionários independente da experiência de cada um. 5 – É acusada de ineficiente, apesar de todo esse sacrifício que proporciona lucros líquidos recordes ao setor privado, como deixa evidente a recente publicação Valor 1000.
A derrota é uma afronta quando se verifica que nenhum governo obedeceu ao estatuto da Eletrobras que define que, “quando orientada pela União a praticar políticas públicas, a empresa somente assumirá obrigações ou responsabilidades que se adequem ao seu equilíbrio econômico. Caso contrário, a União compensará, a cada exercício social, a Eletrobras pela diferença entre as condições de mercado e o resultado operacional ou retorno econômico da obrigação assumida.”
A derrota do consumidor brasileiro e da Eletrobras pode ser a vitória de certos grupos econômicos que, sob uma visão de curto prazo, ganham muito dinheiro e não percebem que nosso projeto de futuro está sendo fragorosamente derrotado.
Roberto Pereira D’Araujo é engenheiro e ex-assessor da Eletrobrás. Também é diretor do Instituto Ilumina, de onde o artigo foi retirado.
A verdadeira derrota é outra.
A eleição de 2018 era do Ciro, ou pelo menos, ele tinha possibilidades reais de ganhar no segundo turno.
Os petistas sabiam que seriam derrotados no segundo turno com 100% de certeza e mesmo assim insistiram na candidatura “apenas para lacrar”.
Como disse o Maquiavel: “não podendo eleger quem queriam deveriam ter evitado a eleição de quem não queriam”. Acho que os petistas são um bando de analfabetos funcionais então mesmo que leiam o livro inteiro não vão entender.
A incompetência dos petistas me deixou simplesmente enojado. Pelo simples fato do Lula ter sido preso o partido ficou “sem cérebro”, isso é simplesmente inacreditável e inaceitável.
O Ciro em 2018 não cometeu nenhum erro, tinha até um bom discurso. Em 2022 ele tirou a mascara de nacionalista e mostrou ser um entreguista.
O Ciro em 2022 fica apenas “rodando bolsinha” para os gringos (think tanks), dizendo que é tão entreguista quanto o Bozo e os Petistas. Pior que isso é o identitarismo da “turma boa” que estudou em Harvard. O nacionalismo do Ciro sempre foi falso e não aguentaria a mais mínima pressão dos gringos.
Ele me enganou em 2018, mas não vai me enganar em 2022. Realmente fiquei sem candidato, mesmo com uns 10 (dez) disputando as eleições… “Água, água por toda parte e nem uma gota para beber”…
Estou pensando em “fazer o meu movimento”, ou pelo menos “escrever um livro”….
O Bozo e a turma deles realmente representam a volta da ditadura, pelo menos de um de seus piores aspectos.
Muita gente fica idolatrando a ditadura, mas é bom lembrar que a principal herança maldita deles foi uma enorme divida, fruto da corrupção e da irresponsabilidade fiscal.
Os marajás sugavam toda a riqueza do país, isso sem falar no desastre de 1988, quando os Marajás receberam um monte de privilégios (vitaliciedade, estabilidade e etc…).
Embora o concurso público seja o melhor método, não é infalível. A justiça brasileira já decidiu que juízes e promotores BANDIDOS (que compraram gabaritos e etc…) possuem vitaliciedade. Isso sem falar na turma da lava jato que foi cooptada pelo imperialismo, causou DANO SISTÊMICO na economia nacional e não sofreu nenhuma punição.
Eles tem privilégios aristocráticos (inclusive “pensões para filhas solteiras” é um privilegio aristocrático) e nenhuma responsabilidade (possuem a mesma “irresponsabilidade” que os monarcas).
O Bozo ainda acabou com os concursos públicos, virou tudo DAS, “como era antigamente, nos ‘bons tempos’ da ditadura”.
Outro detalhe é que antigamente (não apenas no período colonial, mas até mesmo durante a República) os juízes e promotores se envolviam em política pois seus cargos eram mesmo ruins e a única esperança deles era “ir para a Capital”, da província ou mesmo do país. Salários atrasados por meses, isso sem falar nas condições de vida ruins. Mesmo nos dias de hoje existe gente que desiste dos concursos públicos pois não aguenta sair da vida boa nos grandes centros urbanos e ir para o Acre.
Nem vou falar nos corruptos que Portugal mandava para cá como degredados. O sujeito corrupto ao invés de ir para a cadeia ia para o Desterro, ser juiz em Curitiba (ancestrais do Tucano Moro).
Hoje em dia eles querem entrar na política pois perceberam que os únicos com mais privilégios que eles são os políticos. “Eles não querem acabar com a mamata, querem é mamar”.
Outro detalhe peculiar é que todos os “Bandidos do Centrão” apoiaram a ditadura e nunca ouve combate a corrupção naquele período. Os oligarcas (Sarney, Magalhães e etc…) compraram suas mansões em Miami durante a ditadura.
A “lei 4320 de 1964″ foi a gota d’água” que provocou o golpe de 1964. Os “Bandidos do Centrão” nunca foram fãs da responsabilidade fiscal.
O Marechal Hermes da Fonseca que foi presidente (1910 – 1914) e não conseguiu acabar com a corrupção, mas pelo menos tentou.