Acabei de ler nas redes sociais um dos textos mais canalhas de toda a minha vida; quem assina o mesmo é um economista chamado Elias Jabbour. Não sei quem é e tampouco me interessa, porém parece ser um desses oportunistas da New Left. Esse texto traduz exatamente o pensamento não só dele, mas de uma ideologia uspiana contemporânea.
Pegando carona na tragédia de Foz do Iguaçu, aonde um militante bolsonarista assassinou um militante petista por motivo fútil e por intoxicação ideológica, ao invés de aproveitar o momento para dar um basta a esse antagonismo que se torna cada vez mais violento, o indigitado economista aproveitou para tirar algum lucro da situação.
Ele não veio com nenhuma proposta conciliatória ou um apelo à mídia e às autoridades para que medidas enérgicas sejam tomadas para não transformar o nosso país num palco de sangue. Muito pelo contrário, aproveitou para faturar dividendos em prol do seu candidato, afinal de contas o globalismo neoliberal esquerdista também quer mamar nas tetas.
Veio o mesmo a público implorar para que Ciro Gomes renuncie a sua candidatura em prol da candidatura do Lula, para que a fatura aconteça logo no primeiro turno, e que segundo ele, assim poderemos nos livrar finalmente do bolsonarismo e seu ódio que tanto mal faz ao país (sic).
O oportunismo beira a canalhice, quando o mesmo coloca o Ciro Gomes na parede e tenta culpabilizá-lo por qualquer problema vindouro. Já não é mais uma súplica, já passa a ser uma intimação pública antecipada de um candidato que nada tem ou teve a ver com a querela, atitude mais canalha do que essa é impossível.
Acontece que o nobre economista esquece convenientemente a eleição pura e simples do Lula, e sabe que ela não irá mudar a situação de ódio, que já está implementada, e eles têm tanta culpa quanto o outro lado. Praticam violência diuturnamente, usando para isso outros métodos como a lacração, o cancelamento e a desonestidade intelectual, esta última usada por ambos os bandos.
Dentro dessa lógica, nobre economista altruísta devotado a nobre causa popular, o certo seria o Lula renunciar de bom grado em nome da pacificação nacional e colocar o Ciro Gomes como seu candidato.
Ciro Gomes é um opositor que mantém um trânsito bom em ambos os bandos, não é fruto de acirramento algum, e seria o candidato ideal para fazer essa frente pacificadora a que você, Elias, se refere. A eleição do Lula só mudaria o presidente não mudaria o estado de ódio de lugar.
Mas é óbvio que você não deseja isso, já que o que vocês querem fazer é usar o cadáver do pobre Marcelo como usaram o cadáver da Marielle. Vocês pouco se importam com a vida de qualquer um, o importante é tirar proveito da situação. O PT é sempre magnânimo em oferecer uma solução conciliatória contanto que o poder fique em suas mãos, o Lula é sempre conciliador contanto que a conciliação aconteça em torno dele mesmo.
Na realidade tanto o Jabbour quanto o PT desejam tanto o fim dessa violência como o Edir Macedo deseja a morte do demônio. Não conseguem esconder mais de ninguém que essa violência é um combustível benéfico para manter essa dicotomia que tanto mal faz ao país mas tanto bem faz aos interessados.
O referido economista, o resto do partido, boa parte da militância e Lula, todos eles coletores dessa tragédia que se abate sobre o nosso povo, escravos da Faria Lima e de Wall Street, esse sim verdadeiro disseminador de violência na nossa sociedade, mas diante dessa todos se calam.
Inclusive o Ciro Gomes..
Boa tarde Rubem. Gosto de suas posições e gostaria muito de ver o Ciro com mais presença na disputa eleitoral e concordo com voce que essa ideia de que a . Mas sou obrigado a dizer que a frase “não sei quem é e tampouco me interessa” sobre o Elias Jabbour não tem fundamento. Sendo assim, todos os intelectuais não Ciristas devem ser descartados? De fato ele tem preferencias partidárias mas o seu trabalho intelectual é de grande relevancia e merece ser estudado e apreciado. O foco do seu trabalho é a China.
Embora essas questões domésticas entre Lula, Ciro e Bolsonaro movimentem a maioria das discussões, vale observar os seus posicionamento geopoliticos e macroeconomicos. De antemão te dito, é trabalho de alta qualidade e garanto que estamos todos do mesmo lado.
Nem o Jornal nem o Rubem são ciristas. Aqui nos consideramos não alinhados diante do atual quadro eleitoral. O Elias pode apoiar quem ele quiser, mas é lamentável que um intelectual com um trabalho consistente na Geoeconomia, como ele tem, se preste a fazer esse papel em sua militância.
Perfeito, entendo isso. Não quis rotular ninguem de Cirista e de fato não foi o que eu coloquei no comentário. O que digo é que sendo alinhamento politico do dito economista pró Lula ou PT pode-se obviamente discordar disso mas dizer “não sei quem é e tampouco me interessa” é pesado, desnecessário, não ajuda em nada o debate, desmerece sua obra, etc. Tudo isso sabemos que não é o modus operandi do Jornal e mesmo do Rubem. Esse é um espaço raro na internet e se comento isso é porque não gostaria de ve-lo transformado em objeto de achincalhamento, cancelamento ou mesmo aprofundamento da ignorancia em relação a temas que pode-se dizer que são afins ao próprio posicionamento do site. abraço
Sim. Concordo. Jabour tem excelentes estudos sobre o desenvolvimento econômico da China, cujo estudos, em muito aspectos, foi usado por Ciro na confecção de seu livro, O Dever da Esperança.
Boa tarde Marciniak, eu não quero me intrometer (mas já o fiz), se você quiser uma pesquisa sobre a China de qualidade, tem o livro “Sobre a China” do Henry Kissinger, que infelizmente, mesmo sendo um globalista de mão cheia ainda é muito realista e completo, afinal ele teve contato com o próprio Mao-Tsé Tung. Aqui está o link: https://mundushistoriamoderna.files.wordpress.com/2018/04/5-sobre-a-china-henry-kissinger.pdf
Boa qualquer hora, como o Rubem diria.