
Do Terceiro Front.
Uma fonte do governo turco disse que são os Estados Unidos que estão a prolongar o conflito na Ucrânia e mesmo num momento em que um acordo pacífico esteve tão próximo, foi Washington que o “evitou”. “Os americanos estão tentando manter a situação em suspenso e são a razão do prolongamento (do conflito) entre a Rússia e a Ucrânia”, disse o funcionário.
Fala-se do papel ambíguo da Turquia nesta guerra: Ancara envia para armas para a Kiev? Sim. Mas aponta o dedo na cara dos reais responsáveis do conflito e tem feito isso desde o início da guerra, além de também manter laços cada vez mais estreitos com Moscou em setores estratégicos para os dois países ainda que eles tenham cada vez mais choques na Ásia Central e na Transcaucásia.
É todo um mundo de distância da pretensa “neutralidade” brasileira, capitaneada pelo ex-chanceler Celso Amorim, que “não envia munições”, mas se apequena numa posição subalterna aos interesses do bloco euro-atlântico e sabota qualquer racional de construção multipolar enquanto embala discursos pela paz do status quo e uma falsa simetria nas causas e razões do conflito.
Não existe correspondência entre o papel dos EUA e o da Rússia no sistema internacional. Ancara, inimiga histórica dos russos, sabe que a derrota de Moscou é uma não possibilidade e que seria uma derrota de todos os povos do mundo.