O IBAMA ameaça confiscar cerca de 500 mil cabeças de gado de produtores em municípios amazônicos. Trata-se da “Operação Retomada”, lançada pelo órgão ambiental, contra cultivo de gado em terras não regularizadas para tal.
De acordo com as notificações recebidas pelos pecuaristas, e compartilhadas nas redes sociais, os animais devem ser retirados das áreas embargadas e destinados para áreas de pastagem em propriedades rurais regularizadas. As notificações também exigem que os pecuaristas informem previamente ao IBAMA sobre a retirada do gado e seu local exato de destino.
Os criadores, por sua vez, contestam a decisão e alegam que não tem tempo suficiente para fazer o transporte dos animais. Muitos alegam, também, que lutam há anos para regularizar suas terras para a pecuária, mas não são atendidos pelos órgãos ambientais. O governador do Amazonas, Wilson Lima, recorreu ao IBAMA solicitando alargamento do prazo.
Segundo o vereador do município de Humaitá (AM), Valdeir Malta, alguns pecuaristas aguardam muito para ter autorização ambiental e não podem ser tratados como criminosos. “Há propriedades com mais de 20 anos de ocupação pelos pecuaristas. O que precisamos é sentar para negociar e regularizar essas terras e não criminalizar os pecuaristas dando a eles prazos impraticáveis de cinco dias para retirada de rebanhos numerosos”, disse a ele.
Ainda de acordo com o vereador, algumas das propriedades foram embargadas por estarem dentro de áreas de preservação. “Um decreto, no apagar das luzes do governo Dilma, transformou áreas do sul do Amazonas em áreas de preservação, gerando um caos social muito grande para a nossa região”. Refere-se aos decretos de 11 de maio de 2016, que criaram o Parque Nacional do Acari, quando muitos proprietários já tinham seus rebanhos.
No momento em que o Governo Lula busca implementar pautas importantes na área econômica, como o “arcabouço fiscal” e a reforma tributária, falha em comprar briga contra produtores rurais da Região Norte, sendo que não moveu uma palha para ganhar apoio do setor agro desde o início. Tais ações do IBAMA reforçam o discurso que o novo governo age para confiscar bens e dificultar a vida do agricultor.
Com informações Compre Rural.