
Eu não estou velho, estou cada vez mais sagaz e aproveitando ao máximo os conselhos da vida.
Me sinto cada dia mais sábio e revigorado, se alguém deseja de mim correntes de comportamento para a terceira idade, lamento informar que daqui não sairá nada.
Não entrei na “terceira idade” e jamais farei parte dela. A minha idade é uma só, se compreende desde o dia que nasci até hoje e se estenderá até o dia da minha passagem, esta data inclusive não definida mas cada dia mais próxima.
Este período que me encontro aqui é de aprendizado contínuo, como dizia mestre Gonzaguinha: “cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz”, juntando a isso a parte pretérita da mesma estrofe, “viver e não ter a vergonha de ser feliz”.
Tenho numerosas críticas aos tempos contemporâneos, mas também tenho elogios. Infelizmente os elogios andam escasseando, não por saudosismo de “minha época”, mas sim por manter intacta a minha capacidade crítica de escolher entre o melhor e o pior.
Portanto daqui do alto dos meus 59 anos, que podem talvez um dia virarem improváveis 99 anos, não se encontra nenhum traço de saudosismo reumático, mas apenas uma análise pontual do mais graduados dos especialistas, que é o testemunho ocular da história.
Esse sou eu, prazer. Rubem Rodríguez González, especialização comprovada, testemunha ocular da história, da minha história.