
O governo federal pretende lançar um plano de investimento em infraestrutura, em substituição ao PAC, em maio, em anúncio feito pelo Presidente Lula na reunião de 100 dias de mandato.
Segundo Lula, o programa terá seis eixos: transportes, infraestrutura social, inclusão digital e conectividade, infraestrutura urbana, água para todos e transição energética.
Na questão dos transportes, a ênfase seria na integração entre vias, para facilitar a escoação da produção. Na infraestrutura social e urbana, no incremento ao programa Minha Casa Minha Vida, na construção de hospitais, escolas, centros esportivos e de cultura. Na transição energética, no investimento em energia solar e eólica, contemplando leilões para novas linhas de transmissão.
Neste ponto, Lula corroborou a posição da ministra Marina Silva, de que a Petrobrás deve participar dessa transição, adotando um plano de investimentos em “combustíveis renováveis”. “Nunca achei a Petrobras uma empresa de petróleo, é empresa de energia, historicamente, que mais investiu em pesquisa nesse país, em inovação”, disse o presidente.
Por sua vez, a Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares, pleiteou junto ao Ministério das Relações Institucionais que as obras de conclusão de Angra 3 sejam contemplados no plano de infraestrutura do governo. Iniciadas em 1984, foram interrompidas várias vezes, a última em 2015, quando foram alvo da Operação Lava Jato. Do ponto de vista da queima de carbono e queima de substâncias de origem fóssil, a energia nuclear também pode ser considerada energia limpa.
As obras de Angra 3 foram retomadas pelo Governo Bolsonaro, mas dependem de um financiamento de R$ 17 bilhões do BNDES. O banco de desenvolvimento terá um papel importante, caso o plano realmente se concretize, nos moldes que Lula apresenta.
Da mesma forma, a exploração do petróleo na Margem Equatorial da Foz do Amazonas, o novo pré-sal disponível para o país, não pode ser deixada para trás por causas de entraves e pressões ambientais. Se o governo não se dispor a incluir Angra 3 e o petróleo na Foz do Amazonas no novo plano de investimento, cabe aos setores governistas dispostos e mesmo a oposição pontuar a inclusão dessas pautas.