
Da RT.
A Rússia realizou um grande exercício com o objetivo de testar suas forças nucleares estratégicas, informou o Kremlin na quarta-feira. Os exercícios envolveram todos os três componentes da tríade nuclear: mísseis balísticos intercontinentais, submarinos com armas nucleares e bombardeiros estratégicos, informou o comunicado.
De acordo com o ministro da Defesa da Rússia, Sergey Shoigu, os exercícios se concentraram na simulação de “um ataque nuclear maciço pelas forças estratégicas orientadas para a ofensiva em resposta a um ataque nuclear de um inimigo [simulado]”.
O teste também teve como objetivo avaliar a prontidão da liderança militar e sua capacidade de comandar as forças nucleares estratégicas, disse o Kremlin. Todas as forças envolvidas “cumpriram” suas tarefas, acrescentou o ministro.
O exercício envolveu o lançamento do míssil balístico intercontinental Yars de última geração da Rússia a partir do Cosmódromo de Plesetsk, no norte do país. O míssil atingiu com sucesso seu alvo no campo de testes de mísseis de Kura, na península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, a mais de 5.700 quilômetros do local de lançamento.
O submarino russo de propulsão nuclear “Tula” lançou com sucesso um míssil balístico “Sineva” do Mar de Barents, ao norte da região de Arkhangelsk, segundo o comunicado. Os bombardeiros nucleares estratégicos Tu-95 também lançaram vários mísseis de cruzeiro com capacidade nuclear, acrescentou.
Os exercícios foram supervisionados pessoalmente pelo presidente russo, Vladimir Putin, e parcialmente coordenados pelo Centro de Operações de Defesa Nacional da Rússia, em Moscou.
O Ministério da Defesa também publicou uma série de vídeos dos exercícios, demonstrando os lançamentos de mísseis balísticos e a decolagem de bombardeiros estratégicos russos.
O exercício foi realizado no momento em que a Rússia se aproxima da retirada de seu compromisso de não realizar testes nucleares. Na terça-feira, o Conselho da Federação Russa – a câmara alta do parlamento nacional – aprovou um projeto de lei que retiraria a ratificação do tratado que proíbe tais testes. A Duma, a câmara baixa da Rússia, já havia aprovado a legislação anteriormente.
Ratificado pela Rússia em 2000, o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT) de 1996 ainda não entrou em vigor, pois seus termos exigem a ratificação por um conjunto de nações, incluindo os EUA. Moscou explicou anteriormente sua decisão de se retirar do acordo apontando para a posição de Washington, que não havia ratificado o tratado, mas “considera apropriado dar lições aos signatários”.
Moscou também prometeu se abster de realizar testes nucleares mesmo depois que as obrigações legais forem removidas, a menos que os EUA o façam primeiro.